|
Texto Anterior | Índice
Toda Mídia
Nelson de Sá
VALE-TUDO
Band/Reprodução
|
|
Na disputa por audiência com a Globo, o sensacionalismo policialesco do
"Jornal da Band"
apareceu com vídeo cedido pela polícia de São Paulo, mostrando cenas de consumo de cocaína em uma festa -e o suposto envolvimento do PCC. E tome campanha, nas entrevistas com delegados e outros.
A Globo perdeu
O "JN"
até deu Dorothy Stang antes de explorar o menino João,
ontem na escalada e no primeiro bloco.
Na reportagem de sua campanha, concentrou-se na reação das
"autoridades",
antes com o presidente da República, ontem com o presidente da Câmara, a
presidente do Supremo, o presidente da OAB, todos contra questionar a maioridade penal. A rede acabou sozinha com ACM,
sempre ele, e com o deputado Alberto Fraga,
também pefelista -e que comandou o esforço que manteve o porte de armas no referendo. Assim, após cinco dias, a Globo desistiu da campanha.
Mas o "JN" não se conteve inteiramente e, além da entrevista com a mãe, explorada uma vez mais, deu um diálogo ensaiado de William Bonner com Fátima Bernardes, a quem ele perguntou como se sentiu ao fazer a entrevista. Claro, ela também se "emocionou". Desculpa-se, por conseguinte, todo sensacionalismo.
DE TRÊS LADOS
Os telejornais
noticiaram,
de passagem ao menos, a
grande batalha que deixou
mortos e confrontou policiais,
traficantes e milicianos
no Rio, no final da semana.
Pelo mundo, em emissoras
e sites que não se prestam a
explorar a morte do menino,
foi a notícia do dia sobre o
país, com enunciados como
"polícia combate gangues e
milícias", do canal de notícias
da BBC,
e "tiroteio de três
lados mata nove no Rio", da
agência Associated Press.
"VIGILANTES"
O "Observer",
no domingo,
deu longa reportagem sobre a
"guerra de rua", destacando
que chegou à Cidade de Deus.
Faz várias entrevistas, para
estabelecer que o "banho de
sangue" não se restringe mais
a policiais e gangues -e tem
como novos protagonistas os
"grupos de vigilantes", como
um apelidado de "Galacticos".
Eles teriam o apoio "pouco
disfarçado" de políticos como
o prefeito Cesar Maia ou o
deputado Flavio Bolsonaro.
E tudo lembra a Colômbia.
A VISITA DO PATO MANCO
"Los Angeles Times"
e "Miami Herald",
os dois jornais
americanos mais atentos à América Latina, avaliam que a
anunciada visita de George W. Bush vem "tarde demais".
Para o primeiro, o "vazio" deixado pelos EUA na região
nos últimos anos pode crescer até mais, ao evidenciar-se
um presidente "politicamente debilitado", "lame duck",
pato manco. Em declaração de David Fleischer, da UnB, a
Casa Branca "corre atrás para ver se salva alguma coisa".
O segundo, na coluna de Andres Oppenheimer, também
fala em "pato manco" e atraso na priorização da região.
Diz que, se tanto, Bush vai lembrar os visitados, inclusive
Brasil, que os EUA são ainda o maior mercado do mundo.
PUTIN E OS BRICS
Segundo o "Washington Post",
no discurso que fez em
Munique para questionar as
ações desestabilizadoras dos
EUA, o presidente da Rússia,
Vladimir Putin, argumentou
que "o PIB combinado dos
países Brics, Brasil, Rússia,
Índia e China, ultrapassa o da
União Européia". E também,
notou, o dos Estados Unidos.
Para Putin, "o potencial
econômico dos novos centros
globais vai inevitavelmente
se converter em influência
política e fortalecer", contra
os EUA, "a multipolaridade".
EMERGENTES S/A
O "Financial Times"
traz longo texto sobre Antoine
Van Agtmael, que cunhou,
antes dos Brics da Goldman
Sachs, a palavra "emergentes"
e assim "definiu uma classe
inteira de investimento". Há
25 anos, ele não queria "fundo
de terceiro mundo", pensou
num fim de semana e veio
com "mercados emergentes".
"Como nós sabemos, pegou."
Agtmael agora tem como
projeto fazer o mesmo com as
empresas dos emergentes.
Destaca 25, inclusive Aracruz
e Embraer, duas brasileiras.
Leia as colunas anteriores
@ - Nelson de Sá
Texto Anterior: Investigação: Caso Waldomiro completa três anos com pouco avanço Índice
|