São Paulo, domingo, 13 de março de 2005

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INTELIGÊNCIA

Partido reage e diz que denuncia é irresponsável

Suposto relatório da Abin sugere que as Farc fizeram doações ao PT

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A Abin (Agência Brasileira de Inteligência) manteria em seus arquivos uma pasta de relatórios produzidos por seus funcionários que relatariam suposto envio de US$ 5 milhões das Farc, a guerrilha colombiana, para campanhas eleitorais do PT no ano de 2002.
A informação foi divulgada ontem pela "Veja", que ressalva ter investigado o assunto por cinco semanas e não ter obtido prova documental de que tais repasses tenham ocorrido de fato.
Denúncia semelhante foi feita pelo deputado Alberto Fraga (PTB-DF) na tribuna da Câmara no ano passado. Ele chegou a coletar assinaturas, mas não teve apoio suficiente para instalar CPI. À época, Fraga também disse estar se valendo de relatórios produzidos por agentes da Abin.
De acordo com a revista, o principal dos seis relatórios foi produzido por um agente da Abin que teria participado de uma reunião entre simpatizantes das Farc, petistas e sindicalistas, e um representante da guerrilha no Brasil. A reunião teria ocorrido em abril de 2002, na chácara de um sindicalista, localizada a 40 km de Brasília.
Segundo a reportagem, o representante da guerrilha era o padre colombiano Olivério Medina, que teria dito que os dólares seriam repassados a "300 empresários", que se encarregariam de reverter o dinheiro para campanhas do PT. Ouvido pela revista, Medina negou ter havido ajuda financeira.
O ministro Luiz Gushiken (Secretaria de Comunicação) afirmou ontem desconhecer o conteúdo da reportagem, mas disse que a acusação não tem "nenhuma procedência". "Se algum indivíduo filiado ao PT tem ligação com as Farc, não temos controle. Mas isso não afeta o governo, porque não temos nenhuma ligação com essa área", afirmou.
A direção nacional do PT divulgou nota em repúdio à reportagem. "Não bastasse a irresponsabilidade no levantamento dos fatos, que são levados ao leitor sem provas sustentáveis, a reportagem fica definitivamente desmascarada quando revela que a revista "não encontrou indícios sólidos de que os US$ 5 milhões tenham saído das Farc e chegado nos cofres do PT'", diz o texto.
A nota lembra ainda que os supostos documentos citados são datados de 25 de abril de 2002, "quando era presidente o sr. Fernando Henrique e muitos arapongas andavam pelo país em busca de alguma situação que impedisse a vontade do povo brasileiro de votar por mudanças".


Colaborou a Redação

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