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INTELIGÊNCIA
Partido reage e diz que denuncia é irresponsável
Suposto relatório da Abin sugere que as Farc fizeram doações ao PT
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A Abin (Agência Brasileira de
Inteligência) manteria em seus arquivos uma pasta de relatórios
produzidos por seus funcionários
que relatariam suposto envio de
US$ 5 milhões das Farc, a guerrilha colombiana, para campanhas
eleitorais do PT no ano de 2002.
A informação foi divulgada ontem pela "Veja", que ressalva ter
investigado o assunto por cinco
semanas e não ter obtido prova
documental de que tais repasses
tenham ocorrido de fato.
Denúncia semelhante foi feita
pelo deputado Alberto Fraga
(PTB-DF) na tribuna da Câmara
no ano passado. Ele chegou a coletar assinaturas, mas não teve
apoio suficiente para instalar CPI.
À época, Fraga também disse estar se valendo de relatórios produzidos por agentes da Abin.
De acordo com a revista, o principal dos seis relatórios foi produzido por um agente da Abin que
teria participado de uma reunião
entre simpatizantes das Farc, petistas e sindicalistas, e um representante da guerrilha no Brasil. A
reunião teria ocorrido em abril de
2002, na chácara de um sindicalista, localizada a 40 km de Brasília.
Segundo a reportagem, o representante da guerrilha era o padre
colombiano Olivério Medina, que
teria dito que os dólares seriam
repassados a "300 empresários",
que se encarregariam de reverter
o dinheiro para campanhas do
PT. Ouvido pela revista, Medina
negou ter havido ajuda financeira.
O ministro Luiz Gushiken (Secretaria de Comunicação) afirmou ontem desconhecer o conteúdo da reportagem, mas disse
que a acusação não tem "nenhuma procedência". "Se algum indivíduo filiado ao PT tem ligação
com as Farc, não temos controle.
Mas isso não afeta o governo, porque não temos nenhuma ligação
com essa área", afirmou.
A direção nacional do PT divulgou nota em repúdio à reportagem. "Não bastasse a irresponsabilidade no levantamento dos fatos, que são levados ao leitor sem
provas sustentáveis, a reportagem
fica definitivamente desmascarada quando revela que a revista
"não encontrou indícios sólidos
de que os US$ 5 milhões tenham
saído das Farc e chegado nos cofres do PT'", diz o texto.
A nota lembra ainda que os supostos documentos citados são
datados de 25 de abril de 2002,
"quando era presidente o sr. Fernando Henrique e muitos arapongas andavam pelo país em
busca de alguma situação que impedisse a vontade do povo brasileiro de votar por mudanças".
Colaborou a Redação
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