São Paulo, domingo, 13 de março de 2005

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OUTRO LADO

Não há benefício para servidores, dizem deputados

DA REPORTAGEM LOCAL

Os deputados tucanos responsáveis pela nomeação, exoneração e transferência de servidores, cujos salários ultrapassavam o teto do funcionalismo, disseram que não agiram para beneficiar os funcionários .
O deputado Edson Aparecido (PSDB), por meio de sua assessoria, informou que Neusa Maria Mori Mendes trabalha em seu gabinete no período da manhã e que, à tarde, faz "trabalhos externos". Quanto à cunhada dela, Maria Alexandrina Amaro Mori, a responsabilidade, afirmou, é do colega Vanderley Macris (PSDB).
Já Macris disse que Maria Alexandrina "presta auxílio" no gabinete da liderança. "Como ela conhece muito o funcionamento da Casa, ela presta um tipo de colaboração." Segundo Macris, desde janeiro de 2004, a aposentada não recebe nada pela Assembléia.
O aposentado Luiz de Godoy Cotti, que também trabalha na Casa sem ter cargo, também é um "colaborador" e não recebe salário, informaram assessores do tucano Sidney Beraldo.
A assessoria de Campos Machado (PTB), após afirmar que Fábio Teganho Cotti não trabalhava para o deputado, mudou de versão cerca de meia hora depois. Limitou-se a dizer que ele trabalha, sem especificar as suas atribuições.
João Caramez (PSDB), que incluiu num documento o pedido de transferência do secretário-geral parlamentar Auro Augusto Caliman para o Tribunal de Contas do Estado, disse que o processo foi legal.
"Não foi para fugir do teto salarial. O cargo de Caliman é no TCE, mas ele continuou na Assembléia a pedido do Beraldo [que deixa a presidência no dia 15]", disse Caramez.
Na sexta-feira, a Folha telefonou pelo menos cinco vezes para o gabinete de Caliman na Assembléia, mas ele não foi localizado. A secretária informou que passaria o recado da reportagem e que, se pudesse, ele retornaria a ligação, o que não ocorreu.
Segundo a secretária, Caliman passou o dia em reunião com parlamentares para discutir assuntos da Casa. O local do encontro, no entanto, ela disse que não sabia informar.
A assessoria do governador Geraldo Alckmin informou que o projeto de lei complementar do Tribunal de Contas do Estado foi aprovado pois era uma necessidade do órgão. Quando ao fato de o servidor transferido não trabalhar no TCE, informou se tratar de um assunto do Poder Legislativo, ou seja, que foge da alçado do Executivo do Estado.


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