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São Paulo, domingo, 13 de abril de 2003

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Ministérios dizem obedecer teto de gastos e comparam com anos FHC

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A maior parte dos ministérios alega que manteve os gastos com viagens dentro dos limites gerais fixados por decreto do presidente Luiz Inácio Lula da Silva no início de fevereiro. O Ministério da Justiça, por exemplo, diz que poderia gastar até o final de abril R$ 19,8 milhões com passagens e diárias e, até o último dia 4, havia despendido R$ 7,7 milhões.
A maioria dos ministérios também faz a comparação com os gastos com diárias e passagens registrados durante o governo FHC. Em 2002, essas duas rubricas consumiram mais de R$ 676 milhões.
O Ministério da Educação, por exemplo, alega que Cristovam Buarque viaja bem menos do que seu antecessor Paulo Renato Souza. Sobre a viagem da semana passada à Espanha, o ministério sustenta que a participação do jogador Ronaldo na campanha de alfabetização seria fundamental para atrair jovens. O contrato acabou não sendo fechado porque o atleta faltou ao encontro.
Em vários ministérios, a Folha ouviu que são naturais gastos maiores com viagens no início do governo, momento em que as equipes são formadas e o Estado precisa bancar o deslocamento de pessoas que nem sequer tiveram a nomeação publicada no "Diário Oficial" da União.
Segundo o Ministério do Planejamento, o governo pode pagar o custo de deslocamento de colaboradores eventuais, e esses custos devem cair nos próximos meses.
Já o Ministério da Assistência e Promoção Social avalia que, ao contrário, os gastos com viagens tendem a aumentar porque a estrutura da pasta cresceu, com a criação de novas secretarias.
O Ministério da Saúde, campeão dos gastos até aqui, justifica o grande volume de deslocamentos como uma decorrência do "exército de auditores" de que dispõe para fiscalizar os repasses federais a Estados, municípios e prestadores de serviços do SUS.
Segundo o secretário-executivo Gastão Wagner, a intenção é racionalizar os gastos e reduzir em um terço as despesas com viagens. O gasto anual está estimado em R$ 32 milhões no ministério. Wagner diz que os investimentos da pasta vão começar a deslanchar em breve. Citou o exemplo do projeto de reforma de postos e centros de saúde em municípios com mais de 100 mil habitantes, que disporá de R$ 68 milhões.


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