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São Paulo, domingo, 13 de abril de 2003

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Lula diz ter 4 anos para cumprir promessas

Em discurso a cooperativados, presidente criticou barreiras tarifárias e estimou um aumento de 12% nas exportações do Brasil

Alan Marques/Folha Imagem
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva planta muda de ipê-roxo no parque industrial de Cocamar, em Maringá, no norte do Paraná


PATRICIA ZORZAN
ENVIADA ESPECIAL A MARINGÁ (PR)

Quarenta e oito hora depois de completar cem dias de governo e em uma resposta direta às críticas sobre o suposto imobilismo de sua gestão, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse ontem em Maringá (PR) que está "tranqüilo" com os rumos da administração e afirmou que tem quatro anos para cumprir suas promessas de campanha.
"Temos quatro anos para mostrar que valeu a pena votar sem medo na eleição passada. Quatro anos para provar que seremos capazes de construir um Brasil, um Paraná e uma Maringá muito mais saudáveis, muito mais desenvolvidos e muito mais com qualidade de vida", declarou ele, durante a cerimônia de inauguração de uma cooperativa de produção de suco de frutas.
Criticado pela oposição e pela esquerda petista pela falta de realizações desde sua posse, o presidente considerou "normais" os ataques dos adversários. "A gente não pode ficar esperando que adversários políticos torçam pelo nosso sucesso." E completou: "Sabemos que não podemos perder a cabeça. Sabemos que temos que manter a tranquilidade, porque quem tem objetivos, projetos, quem sabe aonde quer ir e como chegar lá não pode, em nenhum momento, se abalar com qualquer coisa que possa acontecer de negativo em uma gestão."
Acompanhado dos ministros Luiz Fernando Furlan (Desenvolvimento), José Graziano (Segurança Alimentar) e Roberto Rodrigues (Agricultura) e do governador do Paraná, Roberto Requião (PMDB), Lula disse estar "certo" do que está fazendo e reiterou suas promessas de aumento das exportações, de geração de mais empregos e de melhora da saúde e da educação.
"[Disso" Não tenho dúvida. Falo isso com a mesma certeza de que estou vendo vocês na minha frente e com a mesma certeza de que creio em Deus", disse.
Dirigindo-se a Furlan e a Rodrigues, voltou a repetir que tem orientado seu ministros. "Vocês sabem das tarefas de vocês. É como um técnico que dá orientação a seu jogador. Precisamos aumentar, e muito, [o superávit" da nossa balança comercial. E vamos aumentar, segundo o otimismo do Furlan, em pelo menos 12%, e bateremos recorde de exportação dos nossos produtos agrícolas", afirmou o presidente.
Lula também criticou as barreiras tarifárias impostas aos produtos brasileiros nos Estados Unidos e na Europa e prometeu "brigar" na OMC (Organização Mundial do Comércio pela igualdade de condições no comércio internacional.
"Não aceitamos a idéia de que o mercado tem que ser livre, mas, quando chega na hora de o Brasil vender os seus produtos, cada um coloca um obstáculo. Se o comércio é livre, vai ser livre, mas para todos. Não apenas para os países em vias de desenvolvimento", declarou o presidente.

Compromisso
Ao visitar a cooperativa Cocamar ontem, para a inauguração de sua fábrica de suco de frutas, suco de proteinado de soja, maionese, atomatados e molhos, Lula agradeceu pela ajuda da empresa durante a campanha.
Além de visitar a cooperativa antes da eleição, o então candidato gravou um programa eleitoral de TV em suas instalações. O projeto inaugurado ontem teve um investimento de R$ 15 milhões. Desse total, R$ 11,5 milhões vieram de recursos próprios e o restante da União.


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