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Presidente diz a auxiliares próximos que denúncia de procurador é "forte"
KENNEDY ALENCAR
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O presidente Luiz Inácio Lula da
Silva considerou "forte" a denúncia apresentada pelo procurador-geral da República, Antonio Fernando de Souza, a respeito do escândalo do mensalão. Contudo,
disse, segundo relato de auxiliares
diretos, que "não adianta chorar"
e que Souza "fez a parte dele".
Na avaliação do presidente,
quem for inocente terá agora a
chance de provar isso na Justiça.
Lula acredita que mais uma etapa
da crise foi vencida com a denúncia e a aprovação do relatório da
CPI dos Correios.
Sua orientação aos ministros,
aos líderes aliados no Congresso e
ao presidente do PT, Ricardo Berzoini, é responder duramente à
oposição, sempre tentando dar
um caráter de guerra eleitoral às
acusações de corrupção. Se a oposição insistir na tese de impeachment, ele promete radicalizar o
discurso. Falaria em tentativa de
golpe e endureceria ainda mais
suas declarações públicas.
Para o presidente, de acordo
com o relato de auxiliares, a divulgação da denúncia da Procuradoria Geral da República e do relatório da CPI no prazo de uma semana criaria um efeito de saturação.
Pareceria, avalia o presidente, a
mesma notícia.
De acordo com auxiliares, Lula
chegou a fazer comentários específicos sobre dois petistas denunciados: os ex-ministros José Dirceu (Casa Civil) e Luiz Gushiken
(Secretaria de Comunicação de
Governo). Para o presidente, os
dois terão chance de derrubar no
STF as acusações, pois, segundo
sua avaliação, não foram apresentadas provas. Lula crê que Gushiken terá mais facilidade do que
Dirceu porque as acusações contra ele seriam mais inconsistentes.
Se petistas foram inocentados
pelo STF, o PT e o governo reconheceriam erros na campanha
eleitoral, mas diriam que houve
exagero da parte da oposição.
Ainda sobre o procurador-geral, indicado para o cargo por Lula, o presidente disse a auxiliares
que seria preciso se colocar na posição dele para entender a contundência do seu relatório. O próprio Lula reconhece que há provas contra petistas, como o ex-tesoureiro Delúbio Soares, e contra
o publicitário Marcos Valério.
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