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Pré-candidatos turbinam publicidade rumo a 2010
Previsão de gastos neste ano subiu nos governos federal, de São Paulo e Minas
Serra, Dilma e Aécio são hoje cotados para sucessão de Lula; valores do orçamento de 2010 são afetados pela expectativa de gastos agora
FERNANDO BARROS DE MELLO
DA REPORTAGEM LOCAL
Os principais pré-candidatos
à Presidência estão unidos em
um aspecto: seus governos reforçaram o orçamento previsto
para publicidade em 2009. É o
caso da ministra da Casa Civil,
Dilma Rousseff (PT), e dos governadores tucanos Aécio Neves (MG) e José Serra (SP).
As previsões de subida para
este ano estão acima da inflação medida pelo IPCA (Índice
de Preços ao Consumidor Amplo), que fechou 2008 em 5,9%.
Mesmo com a crise econômica,
ainda não há confirmação de
cortes de verbas na área.
Em São Paulo, a expectativa
de gastos (excluindo estatais)
cresceu 43,6%. Em 2008, foram R$ 158 milhões. Para este
ano, previu-se R$ 227 milhões.
"O valor compreende a divulgação de uma série de novos
programas, que só têm razão de
existir com a efetiva comunicação à população", afirma o governo paulista. "É o caso da Nota Fiscal Paulista: o projeto só
funciona se a população souber
de sua existência e pedir a nota
ao fazer compras. Com um investimento de R$ 40 milhões
em campanhas, a previsão de
arrecadação é de R$ 4 bilhões."
No governo federal, o orçamento da Secom (Secretaria de
Comunicação Social) saiu de
R$ 123,2 milhões para R$ 155
milhões este ano, o que representa um acréscimo de 25,81%.
"O aumento ocorreu porque
em 2009 serão realizados os
serviços de relações públicas
voltados para promover a imagem do país no exterior, os serviços de pesquisas de opinião
[sobre programas como PAC e
Bolsa Família] e também os
serviços de reformulação dos
portais de internet, que juntos
somam R$ 31 milhões", diz a assessoria de imprensa.
O orçamento da Secom inclui
propaganda de ações governamentais. Não estão incluídos
publicidade de estatais ou de
"utilidade pública" dos ministérios, cujas verbas também
cresceram em 2008 para dotação de R$ 542 milhões. No ano
passado, o total gasto pelo governo chegou a mais de R$ 1 bilhão (leia texto nesta página).
Em Minas Gerais, a previsão
orçamentária é de crescimento
de 35,7%, ou R$ 40,7 milhões
contra R$ 30 milhões em 2008.
Mas, nos últimos dois anos, o
gasto foi maior que o previsto
inicialmente, cerca de R$ 80
milhões. Segundo o governo, o
total de contratos licitados neste ano é de R$ 70 milhões.
"Os valores constantes na
abertura dos orçamentos não
correspondem, necessariamente, à expectativa de investimento total na área. Em qualquer área da administração, o
valor pode ser suplementado
ou contingenciado", disse a assessoria de imprensa.
"O valor licitado para comunicação atende a 18 secretarias
e 14 órgãos e, ao contrário de
outras esferas da administração pública, inclui patrocínios
de feiras, eventos esportivos e
culturais, realizados pela iniciativa privada, comunicação
interna, apoio a Rede Minas e
Rádio Inconfidência (emissoras públicas), entre outros."
Rumo a 2010
O orçamento para publicidade de 2010, um ano eleitoral, é
afetado pelos valores de 2009,
já que não pode ser maior que a
média dos três anos anteriores.
A campanha presidencial já
virou tema este ano. Dilma intensificou agendas e viagens.
No PSDB, o debate está em torno das prévias para definir a
disputa entre Serra, atualmente o favorito por conta da liderança nas pesquisas, e Aécio.
Segundo a mais recente pesquisa Datafolha, o paulista tem
41%. No mesmo cenário, Dilma
tem 11% (eram 3% há um ano).
Aécio tem entre 12% e 22%, dependendo do quadro.
As peças veiculadas até o momento focam vitrines das administrações. O governo federal investe em propagandas do
PAC (Programa de Aceleração
do Crescimento). Essas ações
têm, segundo o governo, o "objetivo de mostrar que o Brasil
está preparado para enfrentar a
crise externa".
No ar até este mês, o custo
das propagandas do PAC é estimado em R$ 30 milhões. Outros R$ 15 milhões foram para a
campanha do programa Minha
Casa, Minha Vida, que ainda está no papel, mas prevê a construção de 1 milhão de casas.
São Paulo aposta na divulgação do plano de expansão do
metrô, das faculdades técnicas
e do Rodoanel. O governo contratou em 2008 agências para
comunicação do Metrô e
CPTM (total de R$ 57 milhões).
Segundo a Secretaria de
Transportes, são campanhas de
"esclarecimento e informação
sobre o transporte coletivo aos
usuários e população em geral,
assim como para a comunicação das medidas de modernização e ampliação da rede".
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