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São Paulo, terça-feira, 13 de maio de 2003

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Adesão do PMDB deve ser maciça

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O rolo compressor do governo para cooptar o PMDB está funcionando. A oposição ao Planalto deve ficar restrita a, no máximo, 15 deputados federais. Mesmo com dissidências, as bancadas da Câmara e do Senado se reúnem hoje com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva em clima de aliança.
Dos 21 senadores, a maioria está com Lula. Na semana passada, o ministro José Dirceu (Casa Civil) deu cargos a senadores e seus indicados em estatais e no próprio Congresso. Já a bancada de 68 deputados federais ainda apresenta a rebeldia de cerca de 15.
A bancada da Câmara deverá ser "trabalhada" até o momento de o governo votar as reformas, o que, na melhor das hipóteses, deve acontecer a partir de agosto. Até lá, o varejo político (verbas e cargos de segundo e terceiro escalões) priorizará a Câmara.
Partido fracionado, o PMDB nunca viria em bloco para o governo. Fernando Henrique Cardoso construiu um apoio de 70% da sigla ao longo do mandato. Lula adotou o mesmo processo, mas sem oferecer de imediato um ministério. No almoço de hoje, ele deverá, ainda que indiretamente, deixar claro que o partido terá uma pasta até dezembro.

Geddel atira
Na véspera do almoço da bancada com Lula, o deputado Geddel Vieira Lima (PMDB-BA), que foi líder do partido na Câmara nos últimos seis anos, bombardeou a decisão da maioria do PMDB de apoiar o governo federal. "Quem vai para o governo não é ideológico, é fisiológico. O meu apoio às reformas não está vinculado a cargos e benesses", disse.
Questionado se trocaria o PMDB pelo PSDB, afirmou: "Estou bem no PMDB. O Renan [Calheiros] foi do PRN [partido do ex-presidente Fernando Collor], o Sarney [José Sarney, presidente do Senado] foi do PDS [partido que apoiou o regime militar], mas eu sempre estive no PMDB".
A maioria peemedebista pró-Lula já planeja tirar os oposicionistas do controle da sigla. Ontem, estava prevista conversa entre Dirceu e o presidente do partido, o deputado federal Michel Temer (SP). O Planalto quer compor com Temer, mas, se ele resistir, deve apoiar a manobra de Sarney .
Sarney defendeu ontem que a presidência do PMDB convoque uma convenção extraordinária para decidir se o partido deve participar do governo. Segundo ele, o PMDB já vem dando ao governo "apoio político" no Congresso, mas falta o partido decidir, institucionalmente, fazer parte da base aliada.
Geddel é contra uma convenção agora. "As decisões das convenções do PMDB nunca foram acatadas." (KENNEDY ALENCAR, LUCIO VAZ E RAQUEL ULHÔA)


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