São Paulo, sexta-feira, 13 de maio de 2005

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Ação contra prefeita cita ministro

EDUARDO DE OLIVEIRA
DA AGÊNCIA FOLHA

O ministro da Previdência, Romero Jucá, teve seu nome envolvido numa ação civil pública em que o Ministério Público de Roraima acusa sua mulher de participar de um esquema para desvio de dinheiro do erário municipal.
Em decisão publicada na terça-feira em Roraima, o juiz César Henrique Alves decretou a indisponibilidade dos bens e o bloqueio das contas bancárias da prefeita de Boa Vista, Teresa Jucá (PPS). A mulher do ministro é acusada de improbidade administrativa por ter ordenado o pagamento de R$ 4,9 milhões por serviços de coleta de lixo que não teriam sido realizados pela empresa que havia sido contratada.
Segundo a denúncia do Ministério Público, a microempresa F. Paulo Lucena Cabral, vencedora de uma licitação em 2001, recebeu o valor para serviços de limpeza em 18 bairros de Boa Vista. O Ministério Público sustenta que, apesar disso, a executora dos trabalhos foi a própria prefeitura.
Como provas, os promotores anexaram à ação fotografias de veículos da prefeitura que, segundo eles, eram utilizados para limpeza dentro da área de concessão.
Além da prefeita, o dono da empresa, Francisco Paulo Lucena Cabral, e os servidores Alberto Elionai Rodrigues Leitão e Arthur Machado Filho também tiveram seus bens e contas bloqueados.
Na ação, assinada pelos promotores Luiz Antônio Araújo de Souza e João Xavier Paixão, Romero Jucá é citado em trecho em que se levanta suspeita sobre a licitação. É relatada uma reunião que teria ocorrido em 2001 na qual Jucá teria discutido o loteamento de Boa Vista em três setores para serviços de limpeza e a destinação deles a quatro empresários, um deles Cabral.
A assessoria do ministro informou que ele "afirma categoricamente" que essa reunião não ocorreu. A reportagem não localizou ontem a prefeita Teresa Jucá. Anteontem, ela divulgou nota na qual reclamava não ter sido ouvida nenhuma vez e prometia esclarecer os fatos na Justiça. A reportagem procurou o empresário Cabral, mas ele não atendeu as ligações. Os dois funcionários públicos citados não foram localizados.


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