São Paulo, sexta-feira, 13 de maio de 2005

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ORIENTE PRÓXIMO

Para embaixadora de Israel, texto deixa lacuna para terroristas

EUA criticam declaração de cúpula

FABIANO MAISONNAVE
DE WASHINGTON

Impedido de enviar um representante, e alvo de críticas diretas e indiretas, o Departamento de Estado dos EUA reprovou a falta de condenação explícita de grupos terroristas que operam no Oriente Médio na declaração da Cúpula América do Sul-Países Árabes, encerrada anteontem.
"Ficamos felizes que os signatários afirmaram seu comprometimento com o livre comércio e a transparência, em combater o terror, em lutar contra a pobreza e em ajudar o Sudão. Em outros temas, divergimos", disse à Folha ontem um funcionário do Departamento de Estado, sob a condição do anonimato.
"Sobre a questão israelo-palestina, ficamos felizes que a direção da declaração tenha ressaltado a necessidade da total implementação do Mapa do Caminho [plano de paz endossado pelos EUA]. No entanto notamos a falta de condenação contra o Hamas e outros grupos terroristas", disse ele.
A "Declaração de Brasília", aprovada por representantes de 34 países -22 árabes e 12 sul-americanos-, condena o terrorismo "em todas as suas formas e manifestações", mas, sem citar organizações ou países, reconhece "o direito dos Estados e dos povos de resistir à ocupação".
Os EUA são citados no item que condena as sanções unilaterais americanas contra a Síria. A medida foi defendida pelo funcionário do Departamento de Estado: "A implementação de sanções é resultado de meses de esforços diplomáticos para convencer o governo sírio a mudar seu comportamento inaceitável".
A embaixadora de Israel no Brasil, Tzipora Rimon, disse ontem na abertura do evento em comemoração dos 57 anos de criação do Estado de Israel, realizado na embaixada em Brasília, que um dos grandes desafios para o futuro é a busca pela paz. "Infelizmente esse espírito [a busca pela paz] não faz parte da "Declaração de Brasília'". Para ela, o documento deixou uma lacuna que poderá ser usada por grupos extremistas em nome da resistência.


Colaborou a Sucursal de Brasília


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