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RUMO A 2006
Congressistas criticaram regra eleitoral durante o Fórum Nacional, no Rio
Severino e Renan atacam verticalização
DA SUCURSAL DO RIO
Os presidentes do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), e da
Câmara, Severino Cavalcanti (PP-PE), atacaram a verticalização em
palestras sobre a reforma política
proferidas no 17º Fórum Nacional, encerrado ontem no Rio.
Renan disse considerar que a
verticalização virou "uma camisa
de força partidária que despreza
as realidades locais". "Um pacto
de cúpula nem sempre pode ser
reproduzido automaticamente
nos Estados, porque, no Brasil, o
arranjo político começa no plano
local e a partir daí se nacionaliza",
afirmou ele, acrescentando que
defende a verticalização "como
conceito".
"Talvez no futuro a cultura nacional mude, e a verticalização
passe a ser mais adequada."
O presidente do Senado disse
que "a principal ambição da verticalização é conduzir os partidos a
um nível máximo de coerência,
pois os obriga a firmar alianças
iguais em todas as instâncias".
"A doutrina, por mais legítima e
consistente, deve guardar uma relação com a realidade", disse ele.
Já Severino, ao se manifestar
contra a verticalização, criticou o
TSE (Tribunal Superior Eleitoral),
que, em fevereiro de 2002, por
uma interpretação da Constituição, proibiu as coligações eleitorais que contrariassem nos Estados e nos municípios as alianças
partidárias firmadas para disputar a Presidência da República.
Segundo o deputado, o TSE "tomou a prerrogativa do Legislativo
de legislar". "Quem tem de legislar é o Poder Legislativo e não o
Tribunal Superior Eleitoral."
Para Cavalcanti, a verticalização
é "um equívoco" e significa "a ditadura dos partidos que eventualmente estão no poder".
"Cada nível -o federal, o estadual e o municipal- tem sua realidade própria. Duas agremiações
podem concordar sobre um problema regional e, portanto, se
aliarem. Mas discordar quando se
trata de problema nacional e, em
conseqüência, ficar em campos
opostos", disse Severino. "Ignorar
essa diferença significa menosprezar o federalismo, arranjo indispensável a um país com tantas
desigualdades regionais."
E concluiu: "Muitas vezes é bom
para São Paulo, [mas] não é bom
para Sergipe, não é bom para
Pernambuco".
O pepista voltou a criticar o excesso de medidas provisórias. "O
Executivo recorre a medidas provisórias para tudo. Estica-se ao limite, e até para além do limite, os
conceitos de relevância e urgência", disse.
(SERGIO TORRES)
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