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Dinheiro cortado será
liberado aos poucos
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O secretário de Orçamento Federal, Hélio Tollini, disse que o
governo deve decidir até amanhã
como será feita a liberação de R$
3,8 bilhões na programação de
gastos dos ministérios. O montante havia sido cortado do Orçamento de 2002 por causa das incertezas em relação à manutenção
da CPMF, o imposto do cheque.
O governo já decidiu, porém,
que a liberação será gradual. A
preocupação principal é com a
evolução da arrecadação após a
próxima semana, quando termina o prazo da emenda constitucional que mantém a vigência
atual da CPMF.
Como a CPMF será prorrogada
sem a noventena -prazo de 90
dias para começar a ser cobrada-, empresas e pessoas físicas
poderão entrar na Justiça contra o
pagamento da contribuição, como aconteceu em 1999. A Constituição fixa uma carência de 90
dias para o início da cobrança de
contribuições sociais. Mas o governo entende que uma simples
prorrogação não exige carência.
Segundo Tollini, a principal revisão dos cortes será feita até o dia
23 de julho, quando o governo é
obrigado por lei a reavaliar todas
as receitas incluídas no Orçamento. Portanto, o próximo decreto
de programação financeira deverá conter uma liberação parcial
dos recursos. "Na prática, o montante de R$ 3,8 bilhões poderá subir ou cair até julho", disse.
Como foi anunciado pelo ministro Pedro Malan (Fazenda), o
restante dos cortes feitos no Orçamento no mês passado -cerca
de R$ 1,5 bilhão- será mantido
para cobrir um aumento de R$ 1
bilhão nas despesas com pessoal e
de R$ 500 milhões no déficit da
Previdência Social.
O governo havia garantido que
o aumento do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) só
aconteceria para compensar as
perdas com a CPMF. Com a prorrogação aprovada, esse aumento
foi descartado.
Tollini disse que os cortes restantes atingirão principalmente a
área de investimentos, liberando
gastos sociais como os que estão
incluídos no Fundo de Combate à
Pobreza. Os recursos do fundo foram bloqueados em R$ 1 bilhão.
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