DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A ala do PMDB que não se alinha ao governo decidiu ontem levar à convenção nacional do partido, no próximo sábado, em Brasília, proposta de candidatura própria à Presidência: o senador Roberto Requião (PR), com Alda Marco Antonio (SP) para vice.
O registro das candidaturas foi entregue ao presidente do partido, deputado Michel Temer (SP), que vai levar o conteúdo à apreciação da Executiva ainda hoje.
"Vamos examinar com calma", disse Temer, reafirmando sua convicção de que terá uma margem confortável dos votos dos convencionais para aprovar a coligação nacional com o PSDB, apoiando a candidatura presidencial do tucano José Serra.
A decisão dos oposicionistas saiu depois de um almoço seguido de uma reunião de quatro horas na casa do senador José Sarney (PMDB-AP), em Brasília, e no mesmo dia em que o Supremo Tribunal Federal decidiu abrir processo contra Requião.
O processo investiga um crime eleitoral que ele teria cometido em 92, quando governava o Paraná. Requião foi acusado pelo Ministério Público Federal de incentivar a invasão de Kombi usada por fiscais da Justiça Eleitoral para guardar material de propaganda irregular apreendido em Curitiba. Ele teria participado do ato.
"O regulamento nos permite apresentar uma candidatura 24 horas antes da convenção. Estamos retomando uma decisão que o partido já tinha tomado no ano passado", disse Orestes Quércia, porta-voz do grupo dissidente.
O secretário-geral do PMDB, deputado Renato Vianna (SC), disse que foi um "ato político" e que os prazos legais já venceram.



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