|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Empresários questionam nova CPMF e fazem críticas ao governo
DA REDAÇÃO
DA FOLHA ONLINE
DA REPORTAGEM LOCAL
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Um grupo de entidades empresariais, entre elas as Confederações Nacionais da Indústria, da Agricultura e Pecuária,
das Instituições Financeiras e
dos Transportes, divulgou uma
nota se declarando contrário à
aprovação da CSS (Contribuição Social para a Saúde). No documento, publicado como informe publicitário durante a
semana, as instituições reclamam da gestão do governo na
área da saúde.
"Mesmo com a cobrança da
CPMF, desde 1996, permanecem os problemas da saúde pública. Não faltam recursos e sim
gestão eficaz e definição de
prioridades orçamentárias",
diz o documento.
Ontem, o presidente da Fiesp
(Federação das Indústrias do
Estado de São Paulo), Paulo
Skaf, disse que vai liderar outra
"cruzada nacional" para tentar
derrubar o tributo. "A CSS é um
atentado contra a classe empresarial e a sociedade."
Para Skaf, no ano passado a
sociedade já deixou claro, durante a derrubada da CPMF pelo Senado, que não aceita mais
a criação de impostos.
Ele avaliou ainda que a CSS é
ilegal por se tratar de um projeto de lei complementar e não
uma emenda constitucional.
O presidente do grupo Gerdau, Jorge Gerdau Johannpetter, chamou a aprovação do novo tributo de "bandidagem".
Segundo ele, o Brasil é um dos
mais complicados na área tributária. Como exemplo, Gerdau citou que, dos 14 países onde a empresa atua, apenas aqui
há um departamento para discutir as questões tributárias
com 200 funcionários. Nos outros, são apenas dois em cada.
"É um absurdo isso acontecer exatamente no momento
em que o governo estava se estruturando para acabar com
contribuições na carga tributária que já é elevada demais."
O ministro Miguel Jorge
(Desenvolvimento) afirmou
que "por princípio, o ministro
do Desenvolvimento deve ser a
favor da redução de impostos e
não de aumento. Essa é a posição que eu tenho". Para ele, a
aprovação da CSS não deve
atrapalhar o trâmite da reforma tributária.
Defesa
O ministro Tarso Genro
(Justiça) disse que a criação da
nova CPMF por meio de uma
lei complementar é "totalmente constitucional". "Não vejo
nenhum problema de Constituição e acho que os senadores
tendem a aprovar", disse.
O presidente do Senado, Garibaldi Alves (PMDB-RN), avaliou que o governo terá dificuldades em aprovar a CSS na Casa, sobretudo depois da votação
apertada na Câmara -foram
259 votos a favor, apenas dois
acima do necessário. "Se o governo não tiver as devidas precauções, pode realmente ter
um insucesso como teve com a
CPMF", disse.
Texto Anterior: Governo quer tributo no Senado após eleição Próximo Texto: Ônus eleitoral tirou votos da base governista Índice
|