São Paulo, sexta-feira, 13 de junho de 2008

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Ônus eleitoral tirou votos da base governista

MARIA CLARA CABRAL
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Preocupados com a repercussão do apoio a um novo imposto em ano eleitoral, a maioria dos deputados que pretendem disputar uma prefeitura em outubro votou contra a CSS (Contribuição Social para a Saúde). Dos pré-candidatos, 60% se abstiveram, não votaram ou disseram não ao novo tributo -e só 23% desses possíveis postulantes são de partidos da oposição.
O número de votos contrários da base revela o temor dos pré-candidatos em arcar com o ônus do novo imposto. Dos 53 deputados que não seguiram a orientação do governo, 48 querem se candidatar. As defecções aconteceram em todos os partidos aliados ao Palácio do Planalto. Dos 19 pré-candidatos do PMDB, por exemplo, 11 não apoiaram a CSS.
Vários deles votaram a favor do texto principal do relator Pepe Vargas (PT-RS), que regulamentou a emenda 29, mas mudaram de lado na votação seguinte, a que criou a CSS. O placar da primeira foi de 288 votos favoráveis e, na segunda, apenas de 259.
A oposição aposta nesses "traidores" para aprovar o destaque do DEM, que tira a base de cálculo da contribuição e, na prática, inviabiliza a cobrança da CSS. Nessa votação os governistas vão precisar de 257 votos para manter o tributo com uma alíquota de 0,1% sobre movimentações financeiras.
"As convenções começam na semana que vem, quando muitos pré-candidatos, até mesmo da base, devem estar em seus Estados. Além disso, aposto que os deputados que querem ser prefeitos não terão coragem de dizer que votaram por um novo imposto meses antes das eleições", diz o líder do DEM na Câmara, Antonio Carlos Magalhães Neto.
O risco das "traições" também existe no Senado, onde, dos seis parlamentares pré-candidatos, cinco são da base que apóia Lula.


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