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Ônus eleitoral tirou votos da base governista
MARIA CLARA CABRAL
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Preocupados com a repercussão do apoio a um
novo imposto em ano eleitoral, a maioria dos deputados que pretendem disputar uma prefeitura em
outubro votou contra a
CSS (Contribuição Social
para a Saúde). Dos pré-candidatos, 60% se abstiveram, não votaram ou
disseram não ao novo tributo -e só 23% desses
possíveis postulantes são
de partidos da oposição.
O número de votos contrários da base revela o temor dos pré-candidatos
em arcar com o ônus do
novo imposto. Dos 53 deputados que não seguiram
a orientação do governo,
48 querem se candidatar.
As defecções aconteceram
em todos os partidos aliados ao Palácio do Planalto.
Dos 19 pré-candidatos do
PMDB, por exemplo, 11
não apoiaram a CSS.
Vários deles votaram a
favor do texto principal do
relator Pepe Vargas (PT-RS), que regulamentou a
emenda 29, mas mudaram
de lado na votação seguinte, a que criou a CSS. O placar da primeira foi de 288
votos favoráveis e, na segunda, apenas de 259.
A oposição aposta nesses "traidores" para aprovar o destaque do DEM,
que tira a base de cálculo
da contribuição e, na prática, inviabiliza a cobrança
da CSS. Nessa votação os
governistas vão precisar
de 257 votos para manter
o tributo com uma alíquota de 0,1% sobre movimentações financeiras.
"As convenções começam na semana que vem,
quando muitos pré-candidatos, até mesmo da base,
devem estar em seus Estados. Além disso, aposto
que os deputados que querem ser prefeitos não terão coragem de dizer que
votaram por um novo imposto meses antes das
eleições", diz o líder do
DEM na Câmara, Antonio
Carlos Magalhães Neto.
O risco das "traições"
também existe no Senado,
onde, dos seis parlamentares pré-candidatos, cinco
são da base que apóia Lula.
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