São Paulo, quarta-feira, 13 de julho de 2005

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MEMÓRIA

Reforma demorou mais do que uma gravidez

DA REDAÇÃO

A reforma ministerial que o governo está parindo demorou mais para se concretizar do que os habituais nove meses de gestação. Os primeiros sinais de mudanças começaram a circular em junho do ano passado.
Foram tão fortes os rumores que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva precisou emitir uma nota desmentindo as informações. Quando houvesse qualquer novidade, ele avisaria.
As informações, porém, partiam do próprio governo e ganharam força após as eleições municipais. Dizia-se que os petistas derrotados nas urnas poderiam ser contemplados com cargos no primeiro escalão. A reforma passou da dúvida para uma discussão aberta. O então ministro José Dirceu (Casa Civil) afirmava que as mudanças visavam "azeitar a máquina".
O ano virou e a prioridade mudou. Emissários palacianos negociaram ampliação de espaço para o PMDB e para o PP, a fim de começar a montar a política de alianças visando a reeleição de Lula em 2006.
Veio a ascensão de Severino Cavalcanti (PP) para a presidência da Câmara -até então a maior derrota política do governo- e a necessidade de recomposição da base de apoio, o que embaralhou o cenário. Depois, Severino cobrou publicamente espaço para seu partido, irritando o presidente Lula. Sua decisão foi limitar as trocas às pastas do Planejamento e da Previdência, em março deste ano.
Poucos dias depois, a reforma ministerial foi reaberta. O processo não estava concluído. As denúncias do "mensalão" e a crise política acabaram, desta feita, modificando os planos do governo federal.


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