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MEMÓRIA
Reforma demorou mais do que uma gravidez
DA REDAÇÃO
A reforma ministerial que o
governo está parindo demorou
mais para se concretizar do que
os habituais nove meses de gestação. Os primeiros sinais de
mudanças começaram a circular em junho do ano passado.
Foram tão fortes os rumores
que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva precisou emitir uma
nota desmentindo as informações. Quando houvesse qualquer novidade, ele avisaria.
As informações, porém, partiam do próprio governo e ganharam força após as eleições
municipais. Dizia-se que os petistas derrotados nas urnas poderiam ser contemplados com
cargos no primeiro escalão. A
reforma passou da dúvida para
uma discussão aberta. O então
ministro José Dirceu (Casa Civil) afirmava que as mudanças
visavam "azeitar a máquina".
O ano virou e a prioridade
mudou. Emissários palacianos
negociaram ampliação de espaço para o PMDB e para o PP, a
fim de começar a montar a política de alianças visando a reeleição de Lula em 2006.
Veio a ascensão de Severino
Cavalcanti (PP) para a presidência da Câmara -até então a
maior derrota política do governo- e a necessidade de recomposição da base de apoio, o que
embaralhou o cenário. Depois,
Severino cobrou publicamente
espaço para seu partido, irritando o presidente Lula. Sua decisão foi limitar as trocas às pastas
do Planejamento e da Previdência, em março deste ano.
Poucos dias depois, a reforma
ministerial foi reaberta. O processo não estava concluído. As
denúncias do "mensalão" e a
crise política acabaram, desta
feita, modificando os planos do
governo federal.
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