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PERFIL
Novo ministro deve continuar modelo de Tarso
ANTÔNIO GOIS
DA SUCURSAL DO RIO
É de Fernando Haddad, 42, sucessor de Tarso Genro no Ministério da Educação, a paternidade
do programa de maior visibilidade até o momento entre os já implementados na área no governo
Lula: o Prouni (Programa Universidade para Todos).
Haddad, secretário-executivo
do ministério, assumiu o cargo
com a ida de Tarso para a Educação, em janeiro de 2004. Antes,
era assessor especial do então ministro do Planejamento, Guido
Mantega. O esboço do Prouni foi
apresentado por Haddad a dirigentes de instituições privadas
quando ele ainda estava no Ministério do Planejamento.
A idéia de oferecer bolsas de estudos para alunos carentes em
universidades privadas por meio
de isenção fiscal tem sua origem
na Prefeitura de São Paulo, na gestão da petista Marta Suplicy
(2001-2004), quando Haddad foi
assessor do então secretário municipal de Finanças, João Sayad.
Como o projeto da emenda
constitucional que cria o Fundeb
(Fundo da Educação Básica) ainda está sendo analisado pelo Congresso e a proposta de reforma
universitária está ainda na fase final de elaboração, motivo pelo
qual Tarso quis ficar no Ministério até o fim do mês, o ProUni é a
principal vitrine do governo na
área até o momento, com 112 mil
estudantes beneficiados.
Haddad será o terceiro ministro
da Educação em dois anos e sete
meses de governo Lula, mas sua
escolha para o cargo sinaliza que,
dessa vez, ao contrário da troca
anterior, não deve haver descontinuidade de projetos.
O primeiro ministro petista foi
o hoje senador Cristovam Buarque (PT-DF), que defendia prioridade para o ensino básico e, especialmente, para o programa de alfabetização de adultos. Quando
Tarso assumiu o ministério, o discurso mudou, passando a ser enfatizada a "visão sistêmica" da
educação, ou seja, a de que é necessário trabalhar todos os níveis
do ensino ao mesmo tempo. Tarso deixa o ministério para ocupar
a presidência do PT.
Antes de assumir cargos em administrações petistas, Fernando
Haddad fez carreira acadêmica na
USP, onde se graduou no curso de
direito, fez mestrado em economia, doutorado em filosofia e foi
professor de ciência política na
Faculdade de Filosofia, Letras e
Ciências Humanas.
Sua tese de mestrado foi sobre o
"caráter socioeconômico do sistema soviético". No mestrado,
Haddad fez uma análise crítica da
leitura que o filósofo alemão Jürgen Habermas fez do autor de "O
Capital", Karl Marx.
Entre seus livros publicados estão "Em Defesa do Socialismo"
(editora Vozes) e "O Sistema Soviético" (editora Scritta).
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