São Paulo, quarta-feira, 13 de julho de 2005

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Ex-BNDES, Lessa condena excesso de propaganda

SERGIO TORRES
DA SUCURSAL DO RIO

Presidente do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) entre 2003 e 2004, o economista Carlos Lessa comparou, em conversa com assessores, o aumento dos gastos do banco com publicidade a "um bacanal".
Em 2004, o BNDES gastou R$ 8,2 milhões em publicidade. Para este ano, sob a administração de Guido Mantega, sucessor de Lessa, a previsão dos gastos com publicidade cresceu 266%. O orçamento de R$ 30 milhões para o setor é o mais alto da história do banco.
"Estou achando isso um bacanal. Eu não cheguei a gastar R$ 8 milhões", disse ele, anteontem à noite, a auxiliares. "Qual o sentido de colocar uma inserção na mídia, na [Rede] Globo, em horário nobre, dizendo "BNDES, o banco de desenvolvimento?", perguntou.
Lessa tem evitado dar entrevistas sobre o assunto. Procurado pela Folha, explicou a razão: "Não quero discutir com a atual diretoria. Quero discutir idéias sobre o Brasil, não pequenas picuinhas".
A auxiliares, Lessa contou ter sido procurado, na presidência do banco, para contratar uma campanha publicitária que divulgasse o BNDES. Ele não disse o nome de quem o contatou.
"Quando me disseram "faça a campanha", fui estudar e cheguei à seguinte conclusão: aonde a campanha me interessava era na inserção de notícias do BNDES em jornais e pequenas rádios do interior. Para atingir quem? A essa poeira de pequenas e médias empresas que não sabem o que é o BNDES."
Lessa acrescentou ter descoberto, a partir dessa análise, que trabalhar com órgãos de comunicação interioranos "é muito pouco atraente para a empresa de propaganda, porque ela tem que atuar com centenas de organismos".


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