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Ex-BNDES, Lessa condena excesso de propaganda
SERGIO TORRES
DA SUCURSAL DO RIO
Presidente do BNDES (Banco
Nacional de Desenvolvimento
Econômico e Social) entre 2003
e 2004, o economista Carlos
Lessa comparou, em conversa
com assessores, o aumento dos
gastos do banco com publicidade a "um bacanal".
Em 2004, o BNDES gastou R$
8,2 milhões em publicidade.
Para este ano, sob a administração de Guido Mantega, sucessor de Lessa, a previsão dos
gastos com publicidade cresceu 266%. O orçamento de R$
30 milhões para o setor é o mais
alto da história do banco.
"Estou achando isso um bacanal. Eu não cheguei a gastar
R$ 8 milhões", disse ele, anteontem à noite, a auxiliares.
"Qual o sentido de colocar uma
inserção na mídia, na [Rede]
Globo, em horário nobre, dizendo "BNDES, o banco de desenvolvimento?", perguntou.
Lessa tem evitado dar entrevistas sobre o assunto. Procurado pela Folha, explicou a razão: "Não quero discutir com a
atual diretoria. Quero discutir
idéias sobre o Brasil, não pequenas picuinhas".
A auxiliares, Lessa contou ter
sido procurado, na presidência
do banco, para contratar uma
campanha publicitária que divulgasse o BNDES. Ele não disse o nome de quem o contatou.
"Quando me disseram "faça a
campanha", fui estudar e cheguei à seguinte conclusão: aonde a campanha me interessava
era na inserção de notícias do
BNDES em jornais e pequenas
rádios do interior. Para atingir
quem? A essa poeira de pequenas e médias empresas que não
sabem o que é o BNDES."
Lessa acrescentou ter descoberto, a partir dessa análise,
que trabalhar com órgãos de
comunicação interioranos "é
muito pouco atraente para a
empresa de propaganda, porque ela tem que atuar com centenas de organismos".
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