São Paulo, quinta-feira, 13 de julho de 2006
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ELEIÇÕES 2006 / CRISE NA SEGURANÇA Alckmin revê agenda para se esquivar da crise paulista
Tucano quer medir impacto da crise antes de definir estratégia de comunicação Parte dos aliados acredita que população reagirá bem a medidas duras contra a violência e dividirá culpa por crise entre Estado e União CATIA SEABRA DA REPORTAGEM LOCAL Sob pressão, o candidato do PSDB à Presidência, ex-governador Geraldo Alckmin, deverá ampliar sua agenda de viagens pelo país para evitar que a crise de segurança no Estado de São Paulo monopolize o debate eleitoral. Segundo tucanos, Alckmin recomendou ontem à sua equipe que inclua novos destinos a seu roteiro de visitas. Ontem, ele se reuniu com a cúpula do PFL para fechar a agenda do mês, com visita até ao Maranhão, onde será recebido pela senadora Roseana Sarney (PFL). Prevista para hoje, a ida a Belém foi cancelada porque, além de Alckmin estar gripado, o governador Simão Jatene viaja para a Inglaterra na manhã de sexta-feira. Mas Alckmin viaja hoje para Brasília. O candidato telefonou para o governador Cláudio Lembo (PFL) para se manifestar contra qualquer recuo na condução da política de segurança. No comando da campanha, a orientação é para que Alckmin espere que seja medido o impacto da crise antes de traçar a estratégia de comunicação. Entre interlocutores do candidato, há os que acreditam que ações de repressão têm aprovação popular. E que, a exemplo de 2002, a adoção de medidas duras beneficiaria o tucano. Nesse caso, Alckmin seria apresentado como candidato firme no combate à violência. Ele mesmo defende a atuação do Secretário de Segurança, Saulo de Castro Abreu Filho, com quem falou ontem. Em suas conversas, Alckmin tem apoiado Saulo, argumentando que ele oferece estatísticas positivas para o governo. Responsabilidade Aliados de Alckmin lembram ainda que, em maio, quando explodiu a maior crise de segurança do Estado, os eleitores atribuíram a responsabilidade também ao governo federal. Como a avaliação pode se repetir, a idéia seria, por enquanto, deixar que o governo do Estado se manifeste. Alckmin estaria, porém, incomodado com a falta de veemência do sucessor na defesa de seu governo. Segundo a Folha apurou, o tucano manifestou desconforto a interlocutores por considerar insuficientes as explicações sobre a crise dadas por integrantes da equipe de Lembo. O próprio Saulo já teria se queixado ao PSDB da falta de proteção. Em conversas com tucanos, ele reclamou do fato de o PSDB não defendê-lo dos bombardeios da oposição. Ontem, em entrevista no início da noite, Alckmin voltou a elogiar o desempenho de Saulo e repetiu a evolução dos números no combate ao crime. Ex-ministros O PSDB escalou dois ministros do governo Fernando Henrique Cardoso para a elaboração de programas na área de segurança. Ex-ministro da Segurança Institucional, o general Alberto Cardoso é o encarregado da redação da proposta de Alckmin. Já o candidato do PSDB ao governo de São Paulo, José Serra, deu a Aloysio Nunes Ferreira, ministro da Justiça de FHC, a tarefa de fazer seu programa. Defensor de medidas de prevenção e inteligência no combate ao crime, não só de repressão e prisão, Cardoso já ouviu especialistas do setor. Segundo o professor Cláudio Beato, um de seus colaboradores, a equipe de programa já pôs no papel algumas propostas, como a criação de um Ministério da Segurança e de uma agência de inteligência que reúna Polícia Federal, Receita e Abin. Ontem pela manhã, a coordenação de programa de governo de Alckmin tentou reunir, às pressas, a equipe encarregada da área de segurança, até para municiar o candidato. Mas, como Cardoso estava em viagem, a reunião não foi realizada. LEIA MAIS sobre a crise de segurança em Cotidiano Texto Anterior: Painel Próximo Texto: Em cima da hora, tucano chega à festa da mulher Índice |
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