|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Guia diz saber onde há ossadas de guerrilheiros
DO ENVIADO A MARABÁ (PA)
Guia dos militares na campanha contra os guerrilheiros do Araguaia, José Maria
Alves da Silva, 72, apresentou-se ontem ao Exército,
em São Domingos do Araguaia (530 km ao sul de Belém). Ele indicou a existência
de dois locais onde disse ter
visto corpos de pessoas que
constam da lista oficial de
desaparecidos políticos.
Conhecido como Zé Catingueiro, o mateiro, lavrador e
garimpeiro era do grupo chefiado pelo então capitão Sebastião Rodrigues de Moura,
o Curió, um dos militares
que se destacaram na campanha militar no Araguaia.
Zé Catingueiro depôs anteontem em Serra Pelada,
onde mora, à ouvidoria da
comissão de militares e civis
composta pelo governo federal para buscar as ossadas
dos cerca de 60 guerrilheiros
desaparecidos na primeira
metade dos anos 70.
Por 40 minutos, relatou
aos três ouvidores, todos civis, o período, de setembro
de 1973 a agosto de 1974, em
que trabalhou para os militares. Segundo ele, foi um serviço forçado, pois teria ficado
preso por 29 dias em Marabá
e sofrido torturas.
Até hoje, como admite, ligado a Sebastião Curió, o
guia disse ter presenciado a
morte, "com três balaços nas
costas", do guerrilheiro Nelson Piahuy Dourado, o Nelito. Segundo ele, teria sido em
confronto com o grupo de 13
militares que guiava.
Disse também que na localidade Cabo Rosa foram enterrados quatro ou cinco corpos, entre eles o do "velho
Mário", codinome de Maurício Grabois, chefe militar dos
guerrilheiros desaparecido
no Natal de 1973, aos 61 anos.
Ele também afirmou que em
Caçador estariam os corpos
de mais quatro pessoas.
Texto Anterior: Documentos do Araguaia somem de arquivo no Pará Próximo Texto: Toda Mídia - Nelson de Sá: Olhando para trás, lá Índice
|