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Para sindicato,
mídia "blinda"
o governador
DO ENVIADO ESPECIAL
A falta de um debate
amplo nos meios de comunicação sobre os acertos e
erros da administração
Aécio Neves foi reclamação comum de vários entrevistados pela Folha, em
Belo Horizonte, que pediram para não ter seus nomes citados.
A alegação de que o governo do Estado atua para
cercear a liberdade de imprensa foi tema de campanha do Sindicato dos Jornalistas de Minas Gerais,
em 2004. O afastamento
de jornalistas por suposta
interferência do Palácio
da Liberdade virou tema
de um trabalho acadêmico
defendido em banca na
universidade.
"A imprensa mineira é
totalmente favorável ao
governador Aécio Neves.
Nunca li ou ouvi nenhuma
crítica, nenhuma matéria
investigativa, nenhuma
denúncia na área da saúde, fazenda, arrecadação
ou educação", diz o presidente do sindicato mineiro dos jornalistas, Aloísio
Lopes. "O governador está
blindado na mídia. Ninguém fala mal. Tenho recebido de repórteres a informação de que há orientação para não se questionar o governo."
O jornalista Josemar
Gimenez, diretor de redação de "O Estado de Minas", contesta: "Não existe
nenhum esquema de blindagem com relação ao governo Aécio Neves. O jornal não tem o menor compromisso com este ou
aquele governo. Tem ganho prêmios importantes
na linha de investigação,
trabalha com isenção. Isso
[a alegação de blindagem]
faz parte do jogo político",
afirma Gimenez.
Em 2004, o sindicato
pediu ao Ministério Público Federal a apuração de
suposta interferência do
governo estadual em veículos de comunicação,
atribuindo o afastamento
de alguns jornalistas a pedido da jornalista Andrea
Neves, irmã do governador e então coordenadora
do Grupo Técnico de Comunicação do Governo.
O jornal "Pauta", do sindicato, divulgou em 2004
desmentido da jornalista
Andrea Neves: "O governo
de Minas jamais pediu a
cabeça de qualquer jornalista e nunca interferiu na
linha editorial dos veículos de comunicação social
do Estado".
Em entrevista ao sindicato, ela confirmou haver
feito reclamação à direção
da TV Globo, no Rio, pelo
não-cumprimento de
acordo para que o governador participasse de uma
entrevista, sem perguntas
pré-gravadas. Durante o
programa, foram feitas
perguntas gravadas com
deputados da oposição e
lideranças dos servidores
públicos. O jornalista responsável pelo programa
foi transferido de Minas
Gerais, mas, segundo ela
disse ao sindicato, foi decisão interna da empresa.
Esse episódio e as demissões de outros jornalistas, atribuídas a críticas
que fizeram ao governo
Aécio, foram tema do vídeo documentário "Liberdade, essa palavra", projeto final do curso de jornalismo da UFMG defendido
por Marcelo Baêta e apresentado em junho no Fórum Mineiro de Professores de Jornalismo.
(FV)
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