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"Ele não se arrepende", diz mulher de Ustra
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
"Enquanto Carlos Alberto
estiver vivo, eles [a esquerda]
centrarão fogo nele", afirmou Maria Joseíta Silva, 71.
Dona Jô, como é conhecida, é casada com o coronel
reformado do Exército Carlos Alberto Brilhante Ustra,
76, ex-chefe do DOI-Codi
(1970-1974), em São Paulo.
Ustra é acusado de ter comandado sessões de tortura
em presos políticos no DOI,
entre elas a que matou o jornalista Luiz Eduardo Merlino, em 1971 -e resultou em
ação contra ele na Justiça.
Em maio, o Ministério Público Federal propôs uma
ação civil pública que responsabilizaria Ustra e outro
militar pela morte e o desaparecimento de 64 pessoas.
"Ele está com a consciência
tranqüila. Não tem nenhum
arrependimento [de sua
atuação durante a ditadura]", disse dona Jô, que recebeu a Folha na casa em que
eles vivem em Brasília. Ustra
não quis falar à reportagem.
Para ela, o DOI-Codi não
era centro de tortura. "Você
acha que, se fosse esse terror
todo, o Carlos Alberto deixaria eu levar nossa filha?", disse dona Jô, que gerencia o site "A Verdade Sufocada"
(http://www.averdadesufocada.com).
(LUCAS FERRAZ)
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