São Paulo, quarta-feira, 13 de agosto de 2008

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Toda Mídia

NELSON DE SÁ - nelsondesa@folhasp.com.br

Doha, de novo

Mais uma longa entrevista de Celso Amorim, agora ao "Le Monde", e o tema é o mesmo: "Resta uma pequena chance de concluir o ciclo de Doha", no título aspeado. Descreve a chance como "intuição" de Lula. Que não está sozinho, diz o jornal, no artigo "Lula e Pascal Lamy movem céu e Terra".
Os dois tentar mover, em especial, a Índia. O francês presidente da OMC está em Nova Délhi e surgiu ontem no "Times of India" dizendo que "a política está impedindo acordo", enquanto o negociador indiano respondia no "Hindu" prometendo ceder se baixar "o preço que os países em desenvolvimento teriam de pagar para os desenvolvidos cortarem subsídios". No meio, Lula ligou ao primeiro-ministro Manmohan Singh para falar que deve "jogar tudo" para Doha não morrer "na praia". Ecoou por AP, Efe.

MAIS UMA CHANCE
Jorge Castañeda, em novo ensaio na "Foreign Affairs" de setembro/outubro, que chega hoje às bancas, anuncia que é "Manhã na América Latina" e, abaixo do título, alerta para "A chance de um novo começo".
Diz que o futuro presidente dos EUA precisa enfrentar questões "críticas" para se reaproximar: Cuba, imigração, comércio e as "duas esquerdas". E não pode afastar aliados, como fez ao manter a tarifa sobre o etanol brasileiro.
Otimista, afirma que John McCain e Barack Obama têm "as melhores qualidades, em uma geração, para lidar com o melhor grupo de líderes progressistas, modernizantes e democráticos da história da América Latina".

"HARMONIA E O SONHO"
Sob o título acima, ontem no "New York Times", o colunista conservador David Brooks escreveu o que parecia uma ode ao "coletivismo" da China, expresso na cerimônia de abertura dos Jogos. Citou pesquisas científicas que provam como são diferentes os chineses e os americanos -cuja "mentalidade individualista" garantiu décadas de domínio global. Arriscou que "a ascensão da China não é só um acontecimento econômico: é cultural". E que o ideal de "um coletivo harmonioso" pode agora se mostrar tão atrativo quanto "o sonho americano".
Para encerrar, porém, "Com certeza, é uma ideologia útil para aspirantes a autocratas".

AGORA, CLAQUE
Das pegadas falsas à dublagem por criança mais bonita, a cerimônia de abertura dos Jogos vai de mal a pior. E agora, diz a AP, autoridades chinesas e do Comitê Olímpico Internacional "admitem que algumas cadeiras vazias" nos estádios vêm sendo preenchidas por "voluntários".

CHINA VS. BRASIL
O "Diário do Povo", do PC, apresentou o jogo de hoje ressaltando que a "China vai aprender com o Brasil". Admite que, para os chineses, interessa menos seu país do que "ver o time cheio de estrelas". E o treinador avisa que vai a campo só para "desenvolver nossos jogadores".

CLIENTELA
youtube.com/user/tpmtv
Em comício via CNN, o presidente georgiano saudou John McCain. E logo o site TPM ligou a menção ao assessor do republicano que -até meses antes- atuava como lobista do governo georgiano em Washington

ONIPRESENÇA
"NYT" e outros noticiaram, com ampla repercussão na blogosfera de mídia, que a CNN mudou de "estratégia" e, visando "dobrar sua presença nos EUA", passa a contratar "jornalistas flexíveis" e desvinculados de sucursais. Por flexíveis, entendam-se jornalistas com laptops, câmeras, produzindo para internet, televisão. A CNN quer "estar em toda parte e entrar ao vivo de toda parte".


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@ - Nelson de Sá



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