DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Sem a presença de senadores do PT e do PMDB, a oposição aprovou ontem, na Comissão de Constituição e Justiça do Senado, requerimento para ouvir a ex-secretária da Receita Federal Lina Vieira sobre o encontro que ela diz ter tido com a ministra Dilma Rousseff (Casa Civil). O depoimento está marcado para a próxima terça.
Para a oposição, a ausência de peemedebistas não pode ser encarada como um "cochilo" da base. "Foi um recado claro", disse Marconi Perillo (PSDB-GO), referindo-se à insatisfação do PMDB com o PT, que insiste em reabrir investigação contra o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP).
Único representante da base na votação, Inácio Arruda (PC do B-CE) tentou evitar a aprovação do requerimento. Ele questionou se governistas faltaram à reunião de propósito. "Não ajuda o governo e a oposição aproveitou bem. Será que alguns queriam isso?".
Senadores do PSDB e do DEM já haviam avisado que lutariam para convocar Lina. Diante da dificuldade de aprovar o convite na CPI da Petrobras, anunciaram a estratégia de emplacar o pedido em qualquer comissão permanente.
A CCJ é presidida por Demóstenes Torres (DEM-GO) que ontem esperou o fim da audiência pública com o ministro Nelson Jobim (Defesa) para aprovar o convite. Na hora, nove senadores da oposição estavam no plenário.
Aloizio Mercadante (SP), líder do PT na Casa, disse que a oposição não honrou acordo de votar matérias polêmicas apenas em dia de reunião ordinária e com a presença da maioria dos integrantes da CCJ.

Representação
O DEM apresentou ontem representação ao procurador-geral, Roberto Gurgel, pedindo apuração sobre a suposta interferência de Dilma em fiscalização da Receita Federal.
Segundo assessoria do órgão, não há prazo para o procurador decidir se instaura um procedimento para investigar a ministra ou se arquiva o pedido. (FERNANDA ODILLA E ANDREZZA MATAIS)


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