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"No lugar de Benedita, devolveria o
dinheiro da viagem", diz Genoino
LILIAN CHRISTOFOLETTI
DA REPORTAGEM LOCAL
O presidente nacional do PT, José Genoino, afirmou ontem que,
se estivesse na mesma situação da
ministra Benedita da Silva (Assistência e Promoção Social), devolveria o dinheiro público usado
para uma viagem particular a
Buenos Aires.
"Quanto custou a viagem? Somaria a passagem aérea e a hospedagem e pediria que descontassem no próximo salário de ministro. Ou daria um cheque. Mas devolveria a verba e acabaria com
esse assunto", disse ontem o petista, que definiu sua declaração
como um posicionamento individual, não um "aconselhamento".
Benedita viajou à Argentina no
último dia 25 para assistir a um
encontro de grupos evangélicos
na capital. Na véspera, a assessoria da ministra enviou um fax a
autoridades daquele país para solicitar uma reunião de trabalho.
Em Buenos Aires, Benedita hospedou-se em um dos hotéis mais
elegantes, com diárias que variam
de US$ 350 a US$ 1.030 dependendo do quarto. A viagem foi custeada pelo governo brasileiro.
"Acho que a Benedita não fez
nada de errado. Ela provou que
teve um encontro de trabalho. O
problema é que já instigaram demais essa história. Eu, no lugar da
ministra, devolveria o dinheiro."
Para o presidente do PT, a repercussão da viagem ganhou contornos polêmicos graças à ação de
opositores, que, segundo ele, colocam na conta do partido tudo o
que acontece, desmerecendo a
história e o peso político da sigla.
"Fazem um cavalo de batalha
por causa disso. Temos assuntos
mais importantes para tratar. Fizeram uma caricatura do PT no
passado e nos cobram essa caricatura no presente", disse.
Como exemplo de que o PT não
fez as mesmas cobranças no passado, Genoino citou o caso da viagem de lazer feita pelo ex-ministro Raul Jungmann, em 2000, à
ilha Fernando de Noronha (PE)
em um jatinho da FAB (Força Aérea Brasileira). "Não foi o PT que
entrou para cobrar essa história.
Esse não é o nosso histórico."
Por meio de sua assessoria, Benedita já afirmou que não se afastará do cargo nem devolverá o dinheiro aos cofres públicos. A viagem está sob investigação na Procuradoria Geral da República.
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