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São Paulo, segunda-feira, 13 de outubro de 2003

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OUTRO LADO 1

Prefeito nega que haja irregularidade em João Pessoa

DA REPORTAGEM LOCAL

O prefeito de João Pessoa, Cícero Lucena (PSDB), 46, diz que aguarda "com tranquilidade e transparência" a auditoria da Controladoria Geral da União. "Não houve nenhuma ilegalidade", diz. Lucena concedeu entrevista, no dia 3, ao lado do procurador do município, Walter Agra. Na sexta, Agra disse que a prefeitura vai recorrer da decisão judicial que bloqueia os repasses pela Caixa Econômica Federal. (FV)

 

Folha - Por que todos os contratos foram firmados com a Coesa?
Cícero Lucena -
Ela foi vencedora. Ao assumirmos em 1997, existia uma licitação para obras de infra-estrutura que tinha ocorrido em 1992. Com prazo de validade vigente e saldo de contrato. Essa licitação estava sob a lei 2.300, que permitia o interrompimento do prazo e a cessão de parte do contrato, desde que devidamente autorizado pela prefeitura.

Folha - O aproveitamento da licitação anterior foi proposto pela Coesa ou pela prefeitura?
Lucena -
Ela tinha um contrato e obviamente tinha interesse em mantê-lo. Todos os preços unitários e as metas eram aprovados e acompanhados pelos órgãos federais e estaduais.

Folha - Esse modelo não impedia a participação de outras empresas?
Lucena -
Não. Esse modelo respeitava o direito da empresa que ganhou a licitação.

Folha - Segundo o MPF, a Coesa e outras quatro empresas não poderiam contratar com o município por causa de restrições fiscais.
Lucena -
Na contratação, não havia restrições.
Walter Agra - Tanto que a Caixa liberava os recursos.

Folha - Qual é a situação atual dos contratos?
Lucena -
Houve ato ilegal do Ministério Público, ao determinar à Caixa o bloqueio. Estamos recorrendo.

Folha - Qual é o objetivo do decreto que o sr. assinou no dia 22 de setembro?
Lucena -
Para encerrar esse tipo de polêmica, vedei novas cessões.

Folha - O sr. não estaria, então, admitindo, que cometeu um erro anteriormente?
Lucena -
Ao contrário.
Agra - O tribunal de contas disse que está correto.
Lucena - A empresa continua com o contrato. Só não admito fazer mais cessão.

Folha - A Coesa está instalada em João Pessoa? Tem equipamentos, máquinas?
Lucena -
Ela trabalha com subcontrato, essa é a prática das grandes empresas.

Folha - A Coesa ou a OAS ajudaram o sr. em alguma campanha eleitoral?
Lucena -
Não tenho essa informação.

Folha - A primeira licitação não tinha objeto, não especificava local e obra...
Agra -
O município vai responder pelo que fez a administração anterior?

Folha - Mas a gestão atual aproveitou o modelo...
Agra -
O tribunal [de contas] vinha aprovando.

Folha - Na opinião de especialistas, aquela era uma licitação entre aspas...
Agra -
Mas não foi feita pela atual gestão.

Folha - Mas o sr. poderia fazer outra licitação. O que o impedia?
Lucena -
Era uma licitação que estava válida. A empresa tinha direito assegurado. E nós tínhamos algo de interesse público. Não havia ilegalidade.



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