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TCU aponta irregularidades nas obras
DA REPORTAGEM LOCAL
A Coesa é ré em ação civil pública por improbidade administrativa junto com o ex-prefeito de
Várzea Grande (MT), Nereu
Campos. Em 1993, a prefeitura
contratou sem licitação a construtora Guaicurus para obras no córrego Aeroporto. O contrato foi
baseado em concorrência ganha,
um ano antes, pela Coesa, que
transferiu ilegalmente a execução.
O ex-prefeito foi acusado de liberar antecipadamente os recursos. O mapa da licitação não indicava os córregos. Para o TCU,
"qualquer obra do córrego Aeroporto poderia servir como comprovação das despesas". O projeto previa canal em concreto armado. Foi apresentado ao TCU um
canal em pedra argamassada, de
construção 40% mais barata.
O ex-prefeito alegou que "a vegetação cobrira o local das obras e
os olhos leigos das analistas não
perceberam que foi executada
limpeza do córrego e grande movimentação de terra no local".
Em agosto de 1994, os técnicos
do TCU afirmavam: "Preocupa-nos o fato de que a prefeitura ainda possa utilizar-se do contrato de
1992 para realizar pagamentos
com recursos federais".
Em Bauru, a Coesa é ré em ação
civil pública por reparação de danos em projeto habitacional na
gestão do ex-prefeito Antonio Izzo Filho. Foi contratada em 1991,
antes da certeza de obtenção dos
recursos federais. Constatou-se
superfaturamento no projeto. A
Coesa recebeu por serviços que
não faziam parte do convênio.
Houve pagamentos à Coesa antes da assinatura do convênio. Os
valores de escavação e reaterro foram cobrados em duplicidade.
O ex-prefeito alegou ser vítima
de "pública e notória avalanche
de denúncias e retaliações". A
Coesa alegou que "os supostos
danos causados ao erário municipal provêm exclusivamente da
atuação do município".
Em junho de 2000, o juiz da segunda Vara Federal em Bauru recebeu denúncia e determinou a
prisão preventiva do ex-prefeito.
Em Lagarto (SE), o TCU apontou irregularidades em convênios. A Coesa foi contratada, sem
licitação, em setembro de 1994,
graças a contrato extinto em 1993.
A Coesa fez pavimentação, sem
licitação, usando concorrência de
1992 relativa a outra obra.
Em Rondonópolis (MT), o TCU
viu indícios de desvios e uso de recursos de convênios distintos para a mesma obra.
Não foi apresentado projeto básico, e a prefeitura indicou obras
em local diferente do informado
na prestação de contas.
Em Camaçari (BA), o TCU
identificou "graves irregularidades" em convênios de 93 e 94: foi
apresentado "um contrato antigo,
cujo objeto é genérico". A Coesa
recebeu por obras não realizadas.
O TCU fez várias fiscalizações
no "Projeto Salangô" (obras de
infra-estrutura de irrigação) em
São Mateus (MA). O edital da
concorrência não foi publicado.
Em agosto, a Coesa e um ex-secretário estadual foram citados para
apresentar defesa ou recolher ao
Tesouro Nacional R$ 202,3 mil
pela não execução de trabalhos.
Obra iniciada em 1995 e prevista
para conclusão no final de 1998
mostrava "grande discrepância"
entre o valor contratado e o previsto em aditivo firmado com a
Coesa. O valor pago à empreiteira
(R$ 45 milhões) superava o informado pelo Ministério do Meio
Ambiente (R$ 20 milhões).
Em 1999, o TCU considerou que
a Coesa fora beneficiada pela prefeitura de Tobias Barreto (SE), ao
receber o valor total dos recursos
de convênio, quando houve execução parcial das obras. Em outubro de 2000, o TCU entendeu que,
como não estava nos autos o contrato firmado com a Coesa, não
havia como garantir que ela tivesse obtido benefício ilegal.
A prefeitura de Granja (CE)
contratou a Coesa, em 1992, para
construir barragem e fazer serviços de abastecimento de água. O
TCU identificou superfaturamento e antecipação de pagamento.
Em Cedro (CE), o valor da obra
de abastecimento de água era
quase seis vezes maior do que o
custo calculado pelo sindicato da
indústria da construção, e o contrato foi assinado sem a publicação de edital de licitação.
(FV)
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