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PF prende 20 suspeitos de fraudar licitações
Operação Carranca aponta desvio de recursos federais em convênios de seis ministérios com 55 prefeituras de Alagoas
Entre os detidos estão um assessor parlamentar, que foi preso em Brasília, e o coordenador do Dnocs no Estado, Cristiano Mendonça
ANDRÉA MICHAEL
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
MATHEUS PICHONELLI
FÁBIO GUIBU
DA AGÊNCIA FOLHA
A Polícia Federal prendeu,
em operação batizada de Carranca, 20 pessoas suspeitas de
envolvimento em esquema de
fraudes em licitações de convênios envolvendo seis ministérios e 55 prefeituras de Alagoas.
Entre os empreiteiros acusados de praticar diversas modalidades de fraude a licitações
está Ronaldo Farias de Lacerda, dono da Lacerda Engenharia Ltda. A empresa tem contratos com a Prefeitura de Murici, administrada por Renan
Calheiros Filho (PMDB), filho
do senador Renan Calheiros.
O valor estimado do suposto
superfaturamento em obras
em 12 cidades soma R$ 20 milhões, diz a PF. A polícia chegou
aos indícios após uma auditoria
da CGU nos municípios.
Segundo a Folha apurou, a
PF e o Ministério Público Federal suspeitam do envolvimento de políticos no esquema, o que deve ser apurado em um segundo momento do caso.
As investigações constataram fraudes em processos licitatórios, na construção com
material de qualidade inferior
ao especificado e em obras fantasmas ou executadas em extensão inferior ao contratado.
As empresas disputavam licitações de obras com dinheiro
da União para órgãos federais e
municipais e simulavam competição em várias modalidades.
Há casos de empresas que disputavam o mesmo serviço e
que tinham o mesmo sócio.
As investigações correm sob
segredo de Justiça. Segundo a
reportagem apurou, entre os
detidos estão um assessor parlamentar, preso em Brasília, e o
coordenador do Dnocs (Departamento Nacional de Obras
Contra as Secas) em Alagoas,
Cristiano Ezequiel de Mendonça, além de secretários municipais, um ex-prefeito e um
vereador do Estado. Os nomes
não foram divulgados.
Estão sob análise convênios
entre prefeituras e os ministérios da Saúde, Educação, Integração Nacional, Cidades, Desenvolvimento Agrário e Turismo. As investigações demonstraram que os fraudadores procuravam dissimular a origem
do dinheiro obtido ilicitamente
por meio da aquisição de imóveis de luxo, fazendas, gado.
Os grupos atuaram em Murici, Batalha, Palmeira dos Índios, Água Branca, Traipu, Marechal Deodoro, Major Isidoro, Mato Grande, Matriz Camaragibe, Viçosa, São Luiz do Quitunde e Tanque D'Arca. Segundo a PF, o esquema funcionava
desde 2005. A Justiça emitiu 51
mandados de apreensão em
Maceió e outros em Alagoas,
além do DF. Também determinou o seqüestro de 31 imóveis,
35 veículos e o bloqueio de contas bancárias de 18 pessoas.
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