São Paulo, terça-feira, 13 de dezembro de 2005

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Lula tenta mostrar tranqüilidade ante resolução petista

EDUARDO SCOLESE
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva tentou ontem demonstrar a auxiliares que não se abalou com a resolução que pede mudanças imediatas na política econômica aprovada neste final de semana pelo Diretório Nacional do PT. "Não vou esquentar com isso [o documento]", afirmou a um ministro, segundo apurou a Folha.
Apesar da momentânea tranqüilidade, o presidente teme que cobranças públicas desse tipo se tornem rotina na nova direção petista, sob o comando do deputado Ricardo Berzoini (SP), e possam ser usadas como combustível de ataque da oposição em 2006, explorando eventual crise programática entre partido e Planalto.
Ontem, a avaliação do presidente era que o PT apenas quer forçar o governo a ajustar a economia para que o partido, na campanha eleitoral do ano que vem, possa sinalizar à sociedade que a gestão realizou algumas das mudanças prometidas na campanha de 2002.
Lula teria dito que as cobranças são normais e que o PT está no papel dele, enquanto lia com atenção a resolução petista divulgada no sábado.
Pela manhã, ao receber em seu gabinete uma cópia da íntegra do documento, Lula ouviu de um assessor que a resolução não deve ser vista como uma crítica velada e gratuita à política econômica do governo e sim como uma sugestão que remonta, por exemplo, à Carta do Povo Brasileiro, divulgada pelo partido no início da campanha eleitoral de 2002.
O presidente parece ter acolhido a tese. Mais tarde, a um ministro, disse entender o pedido petista mas descartou qualquer possibilidade de mudança neste momento no eixo da política econômica do país. Em discursos, o presidente tem repetido que não adotará práticas em 2006 que possam ser vistas como eleitoreiras. O máximo que admite é "flexibilizar" o atual modelo, sem que isso possa representar derrota ao Banco Central e ao ministro Antonio Palocci (Fazenda), em especial.


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