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"MENSALÃO"/ NOVAS CONEXÕES
Comissão aponta saques em dinheiro da conta da Guaranhuns e
investigará eventual ligação de ex-dono da empresa com o PSDB
CPI identifica R$ 13 mi em retiradas em 2001
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A CPI dos Correios localizou
saques em dinheiro vivo de
R$ 13,3 milhões num período de
dez meses em uma conta da empresa Guaranhuns, a mesma usada para repassar mais de R$ 6 milhões do caixa dois do PT operado
pelo publicitário Marcos Valério
Fernandes de Souza.
Concentrados no período que
vai de 6 de fevereiro a 18 de dezembro de 2001, os saques foram
feitos mediante cheques endossados pelo economista Lucio Bolonha Funaro da conta da Guaranhuns na agência matriz do BCN,
em São Paulo. A CPI tenta agora
rastrear o destino do dinheiro, tarefa que os saques em espécie tornam mais complicada.
A CPI também investiga eventual ligação de Funaro com a arrecadação de fundos para campanhas do PSDB.
Ontem, Funaro negou ter feito
saques de R$ 13 milhões em 2001.
Ele disse que "pode ter feito" alguns saques em espécie, mas que
não teriam atingido esse valor.
O economista confirmou ser
amigo de Ricardo Sérgio de Oliveira, ex-diretor do Banco do Brasil e arrecadador de fundos da primeira campanha eleitoral de Fernando Henrique Cardoso
(PSDB). Ele insiste que "nunca"
trabalhou com qualquer órgão
público, incluindo o BB.
O economista afirmou ser amigo de "outros políticos", mas se
recusou a citar os nomes.
"Isso [a CPI] está virando uma
comédia. É uma brincadeira.
Nunca fiz saques de R$ 13 milhões. Não tenho nenhum negócio com órgãos públicos", disse.
Funaro fundou a empresa Guaranhuns em 1999 e a repassou em
2001 para o corretor José Carlos
Batista. Entre fevereiro e agosto
de 2003, a Guaranhuns recebeu
cerca de R$ 6,3 milhões do esquema de caixa dois montado pelo
ex-tesoureiro nacional do PT Delúbio Soares e por Valério. O dinheiro, segundo depoimentos de
ambos, tinha como destino final
pagamentos de dívidas de campanha do PL.
Funaro disse não ter nenhuma
responsabilidade sobre as atividades da Guaranhuns após ter deixado a empresa, em 2001. O economista entrou com mandado de
segurança no Supremo Tribunal
Federal para tentar suspender a
quebra de seus sigilos bancário,
fiscal e telefônico.
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