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Receita promoverá
devassa em suspeitos
da Sucursal de Brasília
A Receita Federal vai fazer uma
devassa nas empresas e pessoas
que tiveram o sigilo fiscal quebrado pela CPI do Narcotráfico, segundo o deputado Robson Tuma
(PFL-SP), sub-relator para lavagem de dinheiro.
O secretário da Receita, Everardo Maciel, se reuniu ontem pela
manhã com Tuma e com os deputados Cabo Júlio (PL-MG) e Paulo
Baltazar (PSB-RJ), todos integrantes da CPI.
"Além da análise das quebras de
sigilo fiscal que será feita pela CPI,
a Receita vai fazer uma devassa
com acompanhamento da CPI.
Nós queremos que a Receita avalie a variação patrimonial e possíveis transações entre empresas e
pessoas citadas", disse Tuma.
Segundo ele, a devassa começou
a ser feita ontem mesmo. O deputado afirmou que a Receita tem
possibilidade de fazer uma progressão de toda a vida de empresas e pessoas para identificar variação patrimonial suspeita e sua
origem.
"Outros crimes que possam ser
identificados, como sonegação,
serão encaminhados ao Ministério Público. É claro que não vamos chamar ninguém para depor
por causa de sonegação", disse.
A CPI quer concluir o cruzamento de informações da quebra
de sigilos fiscal, bancário e telefônico e dos depoimentos até 15 de
fevereiro para embasar novos depoimentos e o relatório final do
deputado Moroni Torgan (PFL-CE).
O relatório final deverá ser votado até o dia 15 de maio, quando
terminam os trabalhos da CPI.
Até 15 de abril, os sub-relatores
devem concluir os seus trabalhos.
Outro grupo de integrantes da
CPI esteve na Anatel (Agência
Nacional de Telecomunicações).
A CPI cobrou a identificação dos
compradores de telefones celulares pré-pagos, que estão sendo
usados pelos traficantes para evitar rastreamento telefônico.
Segundo a deputada Elcione
Barbalho (PMDB-PA), o presidente da Anatel, Renato Guerreiro, prometeu atender às reivindicações da CPI.
O advogado Dório Antunes de
Souza, irmão da ex-assessora do
Ministério da Defesa Solange Antunes Resende, pediu ao STF (Supremo Tribunal Federal) que
obrigue a CPI a liberar cópia dos
relatórios em que é acusado de
participar do crime organizado
no Espírito Santo.
Souza moveu um mandado de
segurança com pedido de liminar,
que será examinado pelo presidente do STF, ministro Carlos Velloso. Em dezembro, Velloso suspendeu por liminar a quebra dos
sigilos bancário, fiscal e telefônico
de Dório e de Solange, porque
afirmou que a CPI não havia
apresentado os fundamentos para essa medida.
O advogado afirma estar sendo
acusado sem ter sido ouvido e argumenta que precisa conhecer o
conteúdo dos relatórios para
exercer o seu direito de defesa em
eventual depoimento à comissão
no início de fevereiro.
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