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No conselho, Palocci defende mudar
contribuição patronal à Previdência
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O governo sinalizou ontem, durante reunião do CDES (Conselho
de Desenvolvimento Econômico
e Social), que poderá reduzir pela
metade ou até mesmo acabar com
a parcela patronal da contribuição previdenciária.
Isso significa transferir da folha
de pagamento para o faturamento das empresas parte do financiamento da Previdência Social.
A medida faz parte da discussão
da reforma tributária, que será
analisada pelo conselho paralelamente às mudanças da Previdência. Ontem, o conselho definiu
que não haverá prioridade entre
as duas reformas.
Na reunião do CDES, em que
estava o presidente Luiz Inácio
Lula da Silva, o ministro da Fazenda, Antonio Palocci Filho, traçou dois cenários:
1) Reduzir a alíquota paga pelas
empresas sobre os salários pela
metade -de 22% para 11%- e
compensar a diferença cobrando
1,15% sobre o faturamento;
2) Acabar com a tributação sobre a folha de pagamento e substituí-la pela cobrança de 2,3% sobre
o faturamento, combinada a uma
alíquota de 5,3% sobre o valor
agregado.
Esse segundo cenário foi classificado por Palocci como uma alternativa para quem "gosta de
emoção" por ser difícil fiscalizar.
As alternativas apresentadas
por Palocci foram relatadas à Folha por conselheiros e assessores
que participaram do encontro, fechado para a imprensa.
Nos dois casos não há mudança
na parcela da contribuição do empregado para o INSS, que atualmente varia de 7,65% a 11%. Em
2002, a arrecadação previdenciária líquida foi de R$ 71 bilhões,
sendo que R$ 49,7 bilhões corresponderam à parcela patronal.
Centrais sindicais
A proposta de transferência da
tributação é apoiada pela Força
Sindical e CUT (Central Única
dos Trabalhadores). A mudança
reduziria a carga tributária das
empresas e poderia incentivar a
geração de empregos.
Para o presidente da CUT, João
Felício, as diretrizes para a reforma tributária colocadas por Palocci são próximas às idéias da entidade. O ministro foi na década
de 80 dirigente da CUT, entidade
criada sob orientação petista.
O presidente da Força Sindical,
Paulo Pereira da Silva, também
defende a medida.
No final da tarde, Palocci divulgou nota em que reafirmou a mudança em tributos, como ICMS e
Imposto de Renda, e a preocupação em manter os níveis de arrecadação das três esferas de governo. Entre outras medidas para a
reforma tributária, Palocci apresentou a possibilidade de acabar
com o ICMS cobrado pelos Estados, e substituí-lo por um Imposto sobre Valor Agregado.
O objetivo é acabar com a cumulatividade do imposto, cobrado atualmente em todas as etapas
de produção e comercialização.
CPMF
Além disso, apresentou três alternativas para a CPMF, conhecida como imposto do cheque.
São elas: manter a alíquota atual
-0,38%-, reduzi-la progressivamente até chegar a uma alíquota simbólica ou transformá-la, a
partir de 2004, em outro tributo
que garanta a arrecadação.
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