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Justiça quer mudar legislação sobre grampo
IURI DANTAS
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, criou
ontem uma comissão para
estudar alterações na legislação penal para frear a utilização de grampos telefônicos
pelas polícias. A Polícia Federal, subordinada à sua
pasta, recebeu orientação
expressa para só recorrer à
escuta como última opção.
A comissão, composta por
cinco advogados escolhidos
por Bastos, terá 40 dias para
estudar as normas atuais e
elaborar um projeto de lei
que o Executivo remeterá ao
Congresso Nacional.
Bastos quer tanto alterar as
punições para grampos executados ilegalmente quanto
estabelecer novos procedimentos e regras para que a
interceptação telefônica seja
autorizada judicialmente.
A decisão do ministro foi
provocada pelas escutas telefônicas ilegais praticadas
contra os deputados federais
baianos Geddel Vieira Lima
(PMDB), Benito Gama
(PMDB) e Nelson Pellegrino
(PT). A PF investiga o caso.
Na semana passada, Geddel procurou a PF para informar sobre a existência de
um grampo feito em seu celular em 2002. Ao diretor-geral do órgão, Paulo Lacerda,
Geddel citou o senador Antônio Carlos Magalhães
(PFL-BA) como suposto
mandante da quebra de sigilo. ACM nega envolvimento.
Anteontem, o presidente
do TJ (Tribunal de Justiça)
da Bahia, Carlos Cintra, entregou a Bastos nova lista
com 232 telefones grampeados. O documento mostra
466 pedidos da Secretaria de
Segurança Pública da Bahia
para escutas nos 232 números, com respectiva autorização judicial. Há telefones
fixos e celulares da Bahia,
São Paulo, Campinas, Rio de
Janeiro e Brasília.
Ex-advogado de ACM,
Bastos reafirmou ontem que
a PF vai apurar o caso até o
fim, com isenção total. A PF,
que abriu inquérito na semana passada para investigar o grampo ilegal de Geddel, recebeu ontem a lista.
Ontem, o controlador-geral da União, Waldir Pires,
que é da Bahia, solicitou ao
diretor da PF uma varredura
em seus telefones.
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