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São Paulo, sexta-feira, 14 de fevereiro de 2003

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ACM diz que pretende processar quem o acusa

RAQUEL ULHÔA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O senador Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA) começa hoje a tomar providências na Bahia para processar o ex-deputado Benito Gama (PMDB-BA) e "outros" que não tenham imunidade parlamentar e o estejam acusando de envolvimento no grampo telefônico realizado pela polícia baiana.
"Evito tratar em público de questões pessoais, sobretudo quando são altamente injuriosas", afirmou ontem sobre os grampos nos telefones de Adriane Barreto, que pertencia a seu círculo íntimo de amizades.
O senador baiano disse que não está constrangido em assumir a presidência da CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) nessa legislatura, apesar das tentativas de envolvê-lo com o grampo telefônico na Bahia.
"Assumo [a presidência da comissão] sem nenhum constrangimento, na medida em que sei que não tenho parte nesse assunto."
Em 2001, ACM renunciou ao mandato de senador por causa do episódio da violação do painel eletrônico da Casa. Foi reeleito em outubro para mais oito anos de mandato e acaba de ser indicado pelo PFL para presidir a CCJ, considerada uma das comissões mais importantes do Senado.
A CCJ opina sobre as questões constitucionais, jurídicas e regimentais de todas as propostas, inclusive de processos nos quais senadores sejam acusados de quebra de decoro.
O senador tem mostrado abatimento com o noticiário sobre os grampos e diz estar sendo vítima de "levianos". Pretende processar quem o acusar, desde que não tenha imunidade parlamentar.
ACM confirma ter recebido um "relatório condensado" com supostas transcrições de conversas telefônicas do deputado Geddel Vieira Lima (PMDB-BA) e de Benito Gama.
Diz que várias pessoas na Bahia também receberam o relatório e que não sabe quem o mandou.
Para justificar o envolvimento do seu nome no suposto grampo, ACM diz que, na Bahia, ele é apontado como o responsável "por tudo de bom e de ruim que acontece, assim como Nosso Senhor do Bonfim".
(RAQUEL ULHÔA)


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