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ACM diz que pretende
processar quem o acusa
RAQUEL ULHÔA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O senador Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA) começa hoje a
tomar providências na Bahia para
processar o ex-deputado Benito
Gama (PMDB-BA) e "outros"
que não tenham imunidade parlamentar e o estejam acusando de
envolvimento no grampo telefônico realizado pela polícia baiana.
"Evito tratar em público de
questões pessoais, sobretudo
quando são altamente injuriosas", afirmou ontem sobre os
grampos nos telefones de Adriane
Barreto, que pertencia a seu círculo íntimo de amizades.
O senador baiano disse que não
está constrangido em assumir a
presidência da CCJ (Comissão de
Constituição e Justiça) nessa legislatura, apesar das tentativas de
envolvê-lo com o grampo telefônico na Bahia.
"Assumo [a presidência da comissão] sem nenhum constrangimento, na medida em que sei que não tenho parte nesse assunto."
Em 2001, ACM renunciou ao
mandato de senador por causa do
episódio da violação do painel
eletrônico da Casa. Foi reeleito em
outubro para mais oito anos de
mandato e acaba de ser indicado
pelo PFL para presidir a CCJ, considerada uma das comissões mais
importantes do Senado.
A CCJ opina sobre as questões
constitucionais, jurídicas e regimentais de todas as propostas, inclusive de processos nos quais senadores sejam acusados de quebra de decoro.
O senador tem mostrado abatimento com o noticiário sobre os
grampos e diz estar sendo vítima
de "levianos". Pretende processar
quem o acusar, desde que não tenha imunidade parlamentar.
ACM confirma ter recebido um
"relatório condensado" com supostas transcrições de conversas
telefônicas do deputado Geddel
Vieira Lima (PMDB-BA) e de Benito Gama.
Diz que várias pessoas na Bahia
também receberam o relatório e
que não sabe quem o mandou.
Para justificar o envolvimento
do seu nome no suposto grampo,
ACM diz que, na Bahia, ele é
apontado como o responsável
"por tudo de bom e de ruim que
acontece, assim como Nosso Senhor do Bonfim".
(RAQUEL ULHÔA)
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