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CÂMARA
Grampo ilegal contra deputado não foi político
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O grampo ilegal feito em
um celular do líder do
PSDB na Câmara, deputado José Aníbal (SP), não
teve qualquer objetivo político, como suspeitava-se,
e sim fez parte de uma investigação clandestina de
infidelidade conjugal.
Relatório da Polícia Civil de São Paulo, obtido pela Folha, mostra que as interceptações e o histórico
de chamadas do telefone
de Aníbal foram encomendados pela detetive
particular Ângela Bekeredjian, contratada por
uma mulher que desconfiava do marido.
Ângela Detetive, como
se apresenta em programas de TV sobre casos extraconjugais, recebeu da
cliente uma lista de números discados pelo marido,
e acionou seus contatos
em operadoras de telefonia, segundo a polícia. Foram quebrados os sigilos
de diversos telefones, entre eles o de Aníbal.
O deputado confirmou a
história e disse que o celular era usado por sua secretária. Por razões que
diz desconhecer, o suposto marido infiel fez "duas
ou três ligações" para a
funcionária. Aníbal afirmou que acredita nas conclusões da polícia.
Antes de identificar os
autores, a polícia acreditava na hipótese de que o
objetivo do grampo era
identificar contatos políticos do deputado. A escuta
veio à tona em janeiro
quando nove pessoas foram presas.
(ALAN GRIPP)
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