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outro lado
Tesoureiro do partido diz que doações são legais
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O tesoureiro da Executiva
Nacional do DEM, Saulo Queiroz, disse que as doações da
construtora Artec e da Antares
Engenharia ao partido foram
legais. Segundo ele, há interesse de empresas em comprovar
as doações partidárias. Isso pode explicar por que os recibos
estavam no anexo da residência
oficial do governador preso José Roberto Arruda (DF).
"Sou capaz de imaginar que
ele [empresário] quis demonstrar ao governador, por meio do
chefe de gabinete, que fez doação ao diretório nacional do
DEM", afirmou Queiroz.
"Não adianta fingir: se não tiver ligação de interesse, nenhum partido receberia um
tostão. O DEM tinha um único
governador, que era quem poderia ajudar na captação [de recursos]", acrescentou.
Ainda segundo Queiroz, "a lei
obriga a entrega dos recibos e
essa é uma praxe dentro do partido. As doações são feitas em
depósito bancário e a empresa
não precisa do recibo para declarar a doação", afirmou.
Procurado pela reportagem
ainda antes de ser preso na última quinta, Arruda disse, por
meio da assessoria de imprensa, que caberia ao diretório nacional do DEM explicar por que
os recibos estavam no anexo da
residência oficial.
"Se existem recibos do partido é porque o dinheiro foi doado legalmente para o DEM",
acrescentou a assessoria.
A empresa Antares Engenharia afirmou que a doação ao
DEM foi motivada por um pedido da Executiva Nacional do
partido. Um dos proprietários
da construtora, Roberto
Morhy, é filiado à sigla.
Conforme a assessoria da
Antares, a companhia não obteve o recibo, e tampouco o pediu -uma vez que tem o comprovante bancário.
A assessoria da empresa também afirma que não houve repasse de recibos de doação a
Domingos Lamoglia, ex-chefe
de gabinete de Arruda.
Com relação à licença ambiental, concedida pelo governo e suspensa posteriormente
pela Justiça, a Antares afirma
que a decisão é uma "questão
pontual que será esclarecida" e
as exigências serão cumpridas.
A assessoria nega qualquer favorecimento com o governo.
O diretor da Artec, Mauro
Lazer, não atendeu a Folha.
Domingos Lamoglia, hoje
conselheiro do Tribunal de
Contas do Distrito Federal, não
foi localizado pela reportagem.
O tribunal informou não ter
seu telefone.
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