São Paulo, domingo, 14 de fevereiro de 2010

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outro lado

Tesoureiro do partido diz que doações são legais

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O tesoureiro da Executiva Nacional do DEM, Saulo Queiroz, disse que as doações da construtora Artec e da Antares Engenharia ao partido foram legais. Segundo ele, há interesse de empresas em comprovar as doações partidárias. Isso pode explicar por que os recibos estavam no anexo da residência oficial do governador preso José Roberto Arruda (DF).
"Sou capaz de imaginar que ele [empresário] quis demonstrar ao governador, por meio do chefe de gabinete, que fez doação ao diretório nacional do DEM", afirmou Queiroz.
"Não adianta fingir: se não tiver ligação de interesse, nenhum partido receberia um tostão. O DEM tinha um único governador, que era quem poderia ajudar na captação [de recursos]", acrescentou.
Ainda segundo Queiroz, "a lei obriga a entrega dos recibos e essa é uma praxe dentro do partido. As doações são feitas em depósito bancário e a empresa não precisa do recibo para declarar a doação", afirmou.
Procurado pela reportagem ainda antes de ser preso na última quinta, Arruda disse, por meio da assessoria de imprensa, que caberia ao diretório nacional do DEM explicar por que os recibos estavam no anexo da residência oficial.
"Se existem recibos do partido é porque o dinheiro foi doado legalmente para o DEM", acrescentou a assessoria.
A empresa Antares Engenharia afirmou que a doação ao DEM foi motivada por um pedido da Executiva Nacional do partido. Um dos proprietários da construtora, Roberto Morhy, é filiado à sigla.
Conforme a assessoria da Antares, a companhia não obteve o recibo, e tampouco o pediu -uma vez que tem o comprovante bancário.
A assessoria da empresa também afirma que não houve repasse de recibos de doação a Domingos Lamoglia, ex-chefe de gabinete de Arruda.
Com relação à licença ambiental, concedida pelo governo e suspensa posteriormente pela Justiça, a Antares afirma que a decisão é uma "questão pontual que será esclarecida" e as exigências serão cumpridas. A assessoria nega qualquer favorecimento com o governo.
O diretor da Artec, Mauro Lazer, não atendeu a Folha.
Domingos Lamoglia, hoje conselheiro do Tribunal de Contas do Distrito Federal, não foi localizado pela reportagem. O tribunal informou não ter seu telefone.


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