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Tribunal quer seleção pública obrigatória para contratar ONG
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Diante das irregularidades
encontradas na nova fiscalização em organizações não-governamentais, auditores do
TCU (Tribunal de Contas da
União) reiteraram a recomendação para que a escolha das
entidades seja precedida por
chamamento e seleção públicos obrigatórios. A proposta foi
apresentada ao ministro Benjamin Zimler, relator do processo
no tribunal.
"Muitas irregularidades
constatadas, algumas graves,
são conseqüência da escolha
indevida de ONG. Muitas não
têm condições técnicas para o
desenvolvimento das ações",
alegam os auditores.
A seleção pública de projetos
é facultativa. O decreto editado
em 2007 pelo presidente Lula
com o objetivo de conter irregularidades na contratação das
ONGs mantém a situação: a celebração de convênio com entidades privadas sem fins lucrativos, diz decreto, "poderá ser
precedida de chamamento público, a critério do órgão ou entidade concedente".
A entrada em vigor do decreto foi adiada em seis meses. Só a
partir de julho as entidades terão de fazer cadastro prévio no
Siconv (sistema de gestão de
convênios), a ser administrado
pelo Ministério do Planejamento. A celebração de convênios, seu acompanhamento e a
liberação de recursos ficarão
disponíveis na internet.
O decreto foi a principal resposta do governo à Operação
Sanguessuga, que flagrou esquema de desvio de verbas na
compra de ambulâncias.
Apesar de ainda não vigorar,
o decreto já precisa de aperfeiçoamento, avaliam os auditores. O principal problema
apontado é o risco de o decreto
dar mais liberdade às ONGs na
compra de bens ou serviços
sem seguir as regras impostas
pela Lei das Licitações.
Outra sugestão diz respeito
às falhas encontradas na fiscalização dos convênios pelos órgãos do governo. Os auditores
sugerem que, acima de um determinado valor, o Ministério
do Planejamento torne obrigatórias verificações in loco da
execução dos convênios.
Pouco mais de um ano após
lançar programa de fiscalização
de repasses de verbas federais a
ONGs, a CGU (Controladoria
Geral da União) disse ter encontrado "indícios de desvio de
recursos". Em uma amostra de
325 entidades, a CGU não menciona a falta de critério técnico
na contratação das ONGs.
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