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Médicos atendem 3.300 em Aparecida
Só ontem foram 2.100 casos; segundo o Exército, hipertensão, insolação e desidratação representam 99% dos atendimentos
Durante a madrugada, houve discussão entre os romeiros para conseguir guardar lugar perto do palco onde o papa rezou a missa
FÁBIO AMATO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM APARECIDA
Cerca de 2.100 pessoas receberam atendimento médico
ontem no Santuário Nacional
de Aparecida (167 km de São
Paulo), onde 150 mil pessoas
-menos da metade do público
previsto inicialmente pela igreja- acompanharam a missa celebrada pelo papa. Nos três dias
da visita à cidade, foram cerca
de 3.370 atendimentos.
As informações são do Exército, que coordenou a operação
de segurança montada para a
visita do papa. Os casos de crise
hipertensiva, insolação e desidratação representaram 99%
dos atendimentos realizados
pelas equipes médicas.
Uma mulher de 67 anos com
bradicardia (diminuição da freqüência cardíaca) e outra que
fraturou o pé enquanto dançava com um grupo de romeiros
durante a madrugada foram os
casos mais graves registrados.
Uma pessoa sofreu convulsão.
"A maior parte dos casos de
hipertensão foi de pessoas que
se esqueceram de tomar remédios para controlar a doença.
Houve também desmaios provocados pelo calor, pela aglomeração e pela alimentação
inadequada", disse a coordenadora da área de saúde da operação, a professora de enfermagem Leonília Vieira de Souza.
A Polícia Civil informou que
registrou ontem, até as 16h, 74
ocorrências, a maioria delas de
furto -principalmente de celulares- e perda de documentos.
Segundo a Polícia Rodoviária
Federal, não foram verificados
problemas no trânsito. Entraram em Aparecida cerca de
1.100 ônibus com romeiros, um
sexto do número previsto.
Os comerciantes reclamaram das vendas fracas. "O movimento está bem abaixo do esperado. Acredito que muitas
pessoas deixaram de vir assustadas com as notícias de que a
cidade ficaria lotada", disse
Maria do Socorro Guimarães,
gerente de loja do Centro de
Apoio aos Romeiros (conjunto
de lojas e restaurantes dentro
do santuário).
Madrugada
Pátio do santuário, 2h de ontem. Um grupo de 335 pessoas
de Belém canta e dança ao som
de chocalhos, violões e tambores. Os romeiros chegaram havia cerca de uma hora, depois
de passarem quatro dias viajando de ônibus. "Dinheiro nenhum paga a emoção de estarmos aqui perto do papa. A festa
vai continuar até o amanhecer", dizia o representante comercial Afonso Teixeira, 37.
Enquanto uns faziam festa,
outros tentavam dormir. Poucos levaram barraca. Uma freira dormia sentada, com as costas apoiadas num freezer de
uma vendedora de água. Quem
chegava seguia para os espaços
mais próximos do palco onde
Bento 16 rezaria a missa. Quem
já estava por lá, tratava de segurar o lugar. Houve discussão, e
o Exército precisou intervir.
Leia a homilia do papa www.folha.com.br/071331
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