São Paulo, segunda-feira, 14 de maio de 2007

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Médicos atendem 3.300 em Aparecida

Só ontem foram 2.100 casos; segundo o Exército, hipertensão, insolação e desidratação representam 99% dos atendimentos

Durante a madrugada, houve discussão entre os romeiros para conseguir guardar lugar perto do palco onde o papa rezou a missa

FÁBIO AMATO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM APARECIDA

Cerca de 2.100 pessoas receberam atendimento médico ontem no Santuário Nacional de Aparecida (167 km de São Paulo), onde 150 mil pessoas -menos da metade do público previsto inicialmente pela igreja- acompanharam a missa celebrada pelo papa. Nos três dias da visita à cidade, foram cerca de 3.370 atendimentos.
As informações são do Exército, que coordenou a operação de segurança montada para a visita do papa. Os casos de crise hipertensiva, insolação e desidratação representaram 99% dos atendimentos realizados pelas equipes médicas.
Uma mulher de 67 anos com bradicardia (diminuição da freqüência cardíaca) e outra que fraturou o pé enquanto dançava com um grupo de romeiros durante a madrugada foram os casos mais graves registrados. Uma pessoa sofreu convulsão.
"A maior parte dos casos de hipertensão foi de pessoas que se esqueceram de tomar remédios para controlar a doença. Houve também desmaios provocados pelo calor, pela aglomeração e pela alimentação inadequada", disse a coordenadora da área de saúde da operação, a professora de enfermagem Leonília Vieira de Souza.
A Polícia Civil informou que registrou ontem, até as 16h, 74 ocorrências, a maioria delas de furto -principalmente de celulares- e perda de documentos. Segundo a Polícia Rodoviária Federal, não foram verificados problemas no trânsito. Entraram em Aparecida cerca de 1.100 ônibus com romeiros, um sexto do número previsto.
Os comerciantes reclamaram das vendas fracas. "O movimento está bem abaixo do esperado. Acredito que muitas pessoas deixaram de vir assustadas com as notícias de que a cidade ficaria lotada", disse Maria do Socorro Guimarães, gerente de loja do Centro de Apoio aos Romeiros (conjunto de lojas e restaurantes dentro do santuário).

Madrugada
Pátio do santuário, 2h de ontem. Um grupo de 335 pessoas de Belém canta e dança ao som de chocalhos, violões e tambores. Os romeiros chegaram havia cerca de uma hora, depois de passarem quatro dias viajando de ônibus. "Dinheiro nenhum paga a emoção de estarmos aqui perto do papa. A festa vai continuar até o amanhecer", dizia o representante comercial Afonso Teixeira, 37.
Enquanto uns faziam festa, outros tentavam dormir. Poucos levaram barraca. Uma freira dormia sentada, com as costas apoiadas num freezer de uma vendedora de água. Quem chegava seguia para os espaços mais próximos do palco onde Bento 16 rezaria a missa. Quem já estava por lá, tratava de segurar o lugar. Houve discussão, e o Exército precisou intervir.

Leia a homilia do papa www.folha.com.br/071331

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