São Paulo, segunda-feira, 14 de maio de 2007

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Mães aproveitam coincidência de missa para reunir família

SILAS MARTÍ
WILLIAN VIEIRA

COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

O Dia das Mães foi um dos motivos apontados pela polícia para a presença de menos da metade do público esperado para a última missa do papa no Brasil. Mas foi também a chance para a lavradora Maria dos Remédios, 52, reunir a família -boa parte vinda do Piauí.
Enquanto Bento 16 concluía seu sermão, a matriarca comia em pé, controlando os quatro filhos, três genros e três netos, que almoçavam sentados no gramado em frente à basílica. "Meus filhos me trouxeram para cá. Tem presente melhor do que esse?", pergunta.
A agricultora de Capitão de Campos (PI) chegou às 3h30 da manhã em ônibus fretado pelo genro Francisco Rogério. "Estou aqui, mas a minha roça está lá, cheia de milho", diz Maria.
A preocupação com a saúde do filho mais velho fez do Dia das Mães da vendedora Neire Almeida, 23, uma visita a Aparecida. Ela trouxe o menino recém-recuperado de bronquite para ser abençoado. "Estamos cumprindo promessa. A gente veio só para a missa, mas o almoço vamos fazer em São Paulo", disse ela, protegendo do sol o bebê Cauã, de seis meses.
A chilena Carolina Carrasco, 31, passou o primeiro dia longe de seu país e bem perto do papa. "É com certeza o Dia das Mães mais estranho que já vivi", disse a assistente jurídica, que se preparava para dançar em frente à basílica. Vestida com roupas típicas, a líder de um grupo de dança religiosa chilena aguardava ansiosa a volta ao hotel, onde, segundo ela, encontraria o marido, o filho de 4 anos e "um presente".
Sem os filhos, as aposentadas Jandira Silva, 65, e Salete Melo, 60, vieram em caravana de Alagoas para a missa de domingo. "Quando Deus faz um chamado, a gente atende. Meu filho ficou lá e já ligou para desejar feliz Dia das Mães", disse Silva.
"Não estou com nenhum de meus seis filhos, mas eles me deram apoio para a viagem", contou Melo, que descansava em frente ao santuário. "Não tem presente melhor que esse."

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