São Paulo, quinta-feira, 14 de maio de 2009

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Há 13 anos, FGV propôs o oposto para a Diretoria Geral do Senado

ADRIANO CEOLIN
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Atual defensora da redução do poder do diretor-geral do Senado, a FGV (Fundação Getúlio Vargas) propôs, em 1996, justamente o oposto: "O fortalecimento da Diretoria Geral do Senado, como órgão de coordenação central de toda a administração". É o que mostra uma comparação entre os relatórios apresentados pela instituição anteontem e há 13 anos.
No relatório apresentado anteontem, a FGV sugeriu que a Mesa Diretora retome o poder de decisão dos assuntos administrativos. De 1996 até março deste ano, o Senado só teve Agaciel Maia como diretor-geral. Nos últimos anos, ele centralizou decisões e ficou conhecido como o 82º senador.
Consultor da FGV responsável pelo relatório apresentado anteontem, Bianor Cavalcanti justificou a mudança de opinião sobre o diretor-geral. "O diagnóstico mudou porque essa crença de que o elemento técnico por si só vai garantir maior qualidade das decisões não é uma perspectiva mais correta. Tem de existir o controle político. A Mesa tem de assumir seu controle político sobre a parte administrativa."
Segundo Bianor, a Diretoria Geral acabou promovendo um inchaço dessa área. "Houve uma catarata de decisões que foram distorcendo aquilo que se pretendia e até caminhando para uma direção oposta."
Outra divergência identificada refere-se à visão da FGV sobre a Cegraf (gráfica) e o Prodasen (processamento de dados). Em 1996, os técnicos elogiaram a "autonomia" dos órgãos e defenderam que ambos fossem subordinados ao diretor-geral.
Anteontem, contudo, a FGV defendeu que os dois órgãos mais o serviço de telecomunicações sejam transformados em departamentos. Pela proposta, os três departamentos estarão sob a guarda do diretor da Secretaria de Tecnologia.
Antes de contratar a FGV em 1996, o Senado criou um Grupo de Reforma e Modernização formado por servidores e coordenado por Renan Calheiros (PMDB-AL). Em 1995, ele anunciou sugestões do grupo que jamais foram adotadas.
No âmbito administrativo, Renan afirmou que o grupo defendeu que o plenário sempre fosse ouvido sobre a realização de obras. Também disse que a nomeação de diretores teria de passar pelo plenário. Ainda fora defendida a eliminação do trecho via Rio da cota aérea, que foi extinta só no mês passado.


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