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Há 13 anos, FGV propôs o oposto para a Diretoria Geral do Senado
ADRIANO CEOLIN
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Atual defensora da redução
do poder do diretor-geral do
Senado, a FGV (Fundação Getúlio Vargas) propôs, em 1996,
justamente o oposto: "O fortalecimento da Diretoria Geral
do Senado, como órgão de
coordenação central de toda a
administração". É o que mostra
uma comparação entre os relatórios apresentados pela instituição anteontem e há 13 anos.
No relatório apresentado anteontem, a FGV sugeriu que a
Mesa Diretora retome o poder
de decisão dos assuntos administrativos. De 1996 até março
deste ano, o Senado só teve
Agaciel Maia como diretor-geral. Nos últimos anos, ele centralizou decisões e ficou conhecido como o 82º senador.
Consultor da FGV responsável pelo relatório apresentado
anteontem, Bianor Cavalcanti
justificou a mudança de opinião sobre o diretor-geral. "O
diagnóstico mudou porque essa crença de que o elemento
técnico por si só vai garantir
maior qualidade das decisões
não é uma perspectiva mais
correta. Tem de existir o controle político. A Mesa tem de
assumir seu controle político
sobre a parte administrativa."
Segundo Bianor, a Diretoria
Geral acabou promovendo um
inchaço dessa área. "Houve
uma catarata de decisões que
foram distorcendo aquilo que
se pretendia e até caminhando
para uma direção oposta."
Outra divergência identificada refere-se à visão da FGV sobre a Cegraf (gráfica) e o Prodasen (processamento de dados).
Em 1996, os técnicos elogiaram
a "autonomia" dos órgãos e defenderam que ambos fossem
subordinados ao diretor-geral.
Anteontem, contudo, a FGV
defendeu que os dois órgãos
mais o serviço de telecomunicações sejam transformados
em departamentos. Pela proposta, os três departamentos
estarão sob a guarda do diretor
da Secretaria de Tecnologia.
Antes de contratar a FGV em
1996, o Senado criou um Grupo
de Reforma e Modernização
formado por servidores e coordenado por Renan Calheiros
(PMDB-AL). Em 1995, ele
anunciou sugestões do grupo
que jamais foram adotadas.
No âmbito administrativo,
Renan afirmou que o grupo defendeu que o plenário sempre
fosse ouvido sobre a realização
de obras. Também disse que a
nomeação de diretores teria de
passar pelo plenário. Ainda fora
defendida a eliminação do trecho via Rio da cota aérea, que
foi extinta só no mês passado.
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