São Paulo, quinta-feira, 14 de maio de 2009

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Chefe da Casa Civil do RS diz que "não há fato novo" para abrir CPI

GRACILIANO ROCHA
DA AGÊNCIA FOLHA, EM PORTO ALEGRE

O chefe da Casa Civil do governo do Rio Grande do Sul, José Alberto Wenzel, disse que a CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) para investigar supostos atos de corrupção envolvendo a governadora Yeda Crusius (PSDB) não deve ser criada porque "não há fato novo" e negou que a governadora esteja sendo rifada pela cúpula nacional de seu partido.
"A CPI não vai sair porque não há fato novo e tudo está sendo esclarecido nos seus devidos espaços, que são Ministério Público, Polícia Federal, em todos os segmentos", disse Wenzel, na Assembleia.
No final de semana, a revista "Veja" divulgou que R$ 400 mil teriam sido entregues por empresas de fumo para Carlos Crusius, marido da governadora, para a compra da casa em que ela vive. O governo, as empresas citadas e o marido negaram a existência do caixa dois e do suposto desvio.
A oposição começou a colher assinaturas para instalar CPI que investigue supostas irregularidades em obras públicas e o envolvimento da governadora com caixa dois de campanha. O PT patina na coleta de adesões para instalar a CPI. São necessárias 19 assinaturas, mas só dez deputados do PT e do PC do B aderiram ao requerimento.
Anteontem, a bancada do PMDB decidiu que não assinará ao documento. Embora as legendas oposicionistas somem 22 das 55 cadeiras na Casa, o restante da oposição teme que a CPI seja usada politicamente para fortalecer uma possível candidatura do ministro Tarso Genro (Justiça), pelo PT, ao governo do Estado.
O líder do governo na Assembleia, Pedro Westphalen (PP), justificou a falta de assinaturas. "Quem não assina não quer uma CPI como palanque eleitoral para o PT", disse.

Apoio do PSDB
O chefe da Casa Civil também nega que a governadora tenha sido abandonada pelo PSDB nacional. "A cúpula do PSDB manifestou hoje [ontem] com muita força a solidariedade à governadora e a crença muito firme de que isso vai fazer com que a governadora e o Estado saiam engrandecidos deste processo", disse Wenzel.
O temor de um naufrágio político da governadora fez a cúpula tucana estudar um "plano B", a favor de aliança com o prefeito de Porto Alegre, José Fogaça (PMDB), para o governo do Rio Grande do Sul.


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