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Para sustentar tese, relator utiliza em parecer trechos da defesa do suspeito
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Ao embasar o pedido de arquivamento do processo contra o presidente do Senado, o relator Epitácio Cafeteira (PTB-MA) adotou em seu parecer argumentos utilizados pela defesa de Renan Calheiros (PMDB-AL). O documento também mostra que a direção do Conselho de Ética adotou procedimentos que atenderam a vontade do presidente da Casa.
Na abertura do relatório de 16 páginas, Cafeteira afirma que a representação do PSOL contra Renan foi feita "com base exclusivamente em matérias veiculadas pela imprensa". Essa alegação também consta do trecho do documento em que é feito um resumo da defesa.
"Afirma que a peça inicial, apresentada perante o Conselho de Ética pelo PSOL, baseou-se única e exclusivamente em matérias jornalísticas, o que, por si só, já tornaria inepta a representação", diz o parecer.
Renan defendeu o rito sumário adotado posteriormente pelo Conselho de Ética. "Afirma que dilatar ainda mais a instrução probatória seria inútil, uma vez que todos os fatos foram suficientemente esclarecidos, sendo desnecessário colher novos depoimentos a fim de impedir a utilização do Conselho de Ética como palco para representações movidas por interesses menores", diz o documento ao transcrever a defesa.
Desde segunda-feira o presidente do conselho, Sibá Machado (PT-AC), afirma que seria desnecessário tomar depoimentos. Em seu voto, Cafeteira questiona a motivação para investigar as denúncias. "Seria o caso de se perguntar aqui: a quem interessa esse clima de denuncismo, que suspeitas e suposições são capazes de levar autoridades à execração pública e instituições ao descrédito perante a sociedade? A quem interessa toda essa onda de desmoralização?".
(FK)
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