São Paulo, sábado, 14 de junho de 2008

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Procuradoria cobrará explicação de ex-diretor da Alstom sobre contrato

Ministério Público Federal vai convocar engenheiro que atuou no governo de SP

DA REPORTAGEM LOCAL

Os dois ramos do Ministério Público que investigam a Alstom -o federal e o estadual- vão convocar o engenheiro José Sidnei Colombo Martini para explicar os contratos que a EPTE (Empresa Paulista de Transmissão de Energia), do governo paulista, fez com o grupo francês.
A Folha revelou ontem que Martini, ex-diretor da Alstom, tornou-se presidente da EPTE em 1999 e, dois anos depois, assinou um contrato de R$ 4,82 milhões, sem fazer licitação, com a empresa da qual saíra.
A Alstom foi contratada para acondicionar, armazenar e estender a garantia por mais 12 meses de seis transformadores que a EPTE havia comprado da própria Alstom, mas que não podiam ser instalados porque a obra da subestação em que eles seriam usados estava atrasada. A empresa havia pago R$ 110 milhões pelos transformadores, em valores de 1998.
Dois especialistas em negócios públicos ouvidos pela Folha consideraram estranho o contrato adicional de R$ 4,82 milhões porque contratos de compras de R$ 110 milhões contemplam sempre a possibilidade de atraso.
Martini disse anteontem que a dispensa de licitação é autorizada por lei.
Documentos enviados espontaneamente pelo Ministério Público da Suíça apontam que a Alstom pagou "gratificações ilícitas" a políticos do governo de São Paulo para obter o contrato de R$ 110 milhões. Os pagamentos de propina ocorreram entre 1998 e 2001, no governo de Mário Covas (PSDB).
Em entrevista à rádio "CBN", direto dos EUA, o governador José Serra (PSDB) voltou a defender a lisura dos contratos na sua gestão e a atacar a oposição.
"Como o PT está com escândalo atrás de escândalo, ele consegue plantar na imprensa essa confusão de que todo mundo está metido [em irregularidade]. Conosco não."
(MARIO CESAR CARVALHO E JOSÉ ERNESTO CREDENDIO)


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