São Paulo, quinta-feira, 14 de julho de 2005

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CVM cobra explicações da Telemar

DA SUCURSAL DO RIO

A CVM (Comissão de Valores Mobiliários) pediu esclarecimentos à Telemar sobre o investimento de R$ 5 milhões na empresa Gamecorp, que tem como sócio Fábio Lula da Silva, filho do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
O ofício da Superintendência de Relações com Empresas da CVM foi enviado anteontem à Telemar, que não tem prazo determinado para apresentar uma resposta.
A CVM informou que, assim que chegar a resposta da Telemar, as justificativas apresentadas passarão por análise, que determinará uma decisão sobre o caso. A decisão será divulgada ao mercado, segundo a CVM.
O ofício informa que a CVM não recebeu a ata da assembléia em que, em janeiro deste ano, o conselho da Telemar aprovou o investimento na Gamecorp.
Segundo o artigo 142 da lei 6.404/76, sempre que houver "efeitos perante terceiros" é obrigatória a publicação da ata em que constem as deliberações aprovadas nas reuniões do conselho de administração de toda companhia aberta.
A Telemar informou que o ofício da CVM será respondido e que as determinações da autarquia serão cumpridas.
Ontem, a Telemar divulgou, por meio de sua assessoria, que só soube que o filho do presidente era um dos sócios da Gamecorp em setembro de 2004, quando o negócio já teria sido fechado.
De acordo com a assessoria, a Telemar foi procurada em junho do ano passado pelo Grupo Trevisan para que avaliasse se havia interesse na proposta de produção de conteúdo para celulares e internet. A Telemar teria examinado a proposta e concluído que valia a pena investir na Gamecorp, por meio de um aporte de capital. Outras oito empresas se interessaram pelo negócio, conforme divulgou a Telemar.
Em setembro, ainda segundo a assessoria, a Telemar foi a escolhida pela Gamecorp, em uma disputa em que conseguiu suplantar a Brasil Telecom. Foi só nessa etapa dos entendimentos entre as empresas que a Telemar teria tomado conhecimento da composição societária da Gamecorp, em que o filho de Lula aparecia como acionista minoritário.
Após o período de estruturação legal e societária, ficou decidida a criação de uma sociedade anônima, em que 35% das ações ficariam com a Telemar. O conselho da empresa só aprovou o negócio em reunião realizada no dia 6 de janeiro.


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