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CVM cobra explicações da Telemar
DA SUCURSAL DO RIO
A CVM (Comissão de Valores
Mobiliários) pediu esclarecimentos à Telemar sobre o investimento de R$ 5 milhões na empresa
Gamecorp, que tem como sócio
Fábio Lula da Silva, filho do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
O ofício da Superintendência de
Relações com Empresas da CVM
foi enviado anteontem à Telemar,
que não tem prazo determinado
para apresentar uma resposta.
A CVM informou que, assim
que chegar a resposta da Telemar,
as justificativas apresentadas passarão por análise, que determinará uma decisão sobre o caso. A decisão será divulgada ao mercado,
segundo a CVM.
O ofício informa que a CVM
não recebeu a ata da assembléia
em que, em janeiro deste ano, o
conselho da Telemar aprovou o
investimento na Gamecorp.
Segundo o artigo 142 da lei
6.404/76, sempre que houver
"efeitos perante terceiros" é obrigatória a publicação da ata em
que constem as deliberações
aprovadas nas reuniões do conselho de administração de toda
companhia aberta.
A Telemar informou que o ofício da CVM será respondido e
que as determinações da autarquia serão cumpridas.
Ontem, a Telemar divulgou, por
meio de sua assessoria, que só
soube que o filho do presidente
era um dos sócios da Gamecorp
em setembro de 2004, quando o
negócio já teria sido fechado.
De acordo com a assessoria, a
Telemar foi procurada em junho
do ano passado pelo Grupo Trevisan para que avaliasse se havia interesse na proposta de produção
de conteúdo para celulares e internet. A Telemar teria examinado a proposta e concluído que valia a pena investir na Gamecorp,
por meio de um aporte de capital.
Outras oito empresas se interessaram pelo negócio, conforme divulgou a Telemar.
Em setembro, ainda segundo a
assessoria, a Telemar foi a escolhida pela Gamecorp, em uma disputa em que conseguiu suplantar
a Brasil Telecom. Foi só nessa etapa dos entendimentos entre as
empresas que a Telemar teria tomado conhecimento da composição societária da Gamecorp, em
que o filho de Lula aparecia como
acionista minoritário.
Após o período de estruturação
legal e societária, ficou decidida a
criação de uma sociedade anônima, em que 35% das ações ficariam com a Telemar. O conselho
da empresa só aprovou o negócio
em reunião realizada no dia 6 de
janeiro.
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