São Paulo, quinta-feira, 14 de julho de 2005

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PT SOB SUSPEITA

Conta seria do governo

Ex-secretária diz que PT sacou R$ 230 mil

JOSÉ ALBERTO BOMBIG
DO PAINEL

LILIAN CHRISTOFOLETTI
DA REPORTAGEM LOCAL

Mais uma pessoa de confiança do ex-prefeito petista de Mauá (Grande SP) Oswaldo Dias acusou o PT da cidade de desvio de dinheiro público.
Desta vez foi a ex-secretária de Finanças Valdirene Dardin, que trabalhou na segunda gestão de Dias (2001-2004).
Ela acusa o partido de ter sacado irregularmente R$ 230 mil de uma conta bancária do governo.
Em nota enviada à Redação, Valdirene desafia os petistas da cidade a abrirem suas contas bancárias à investigação.
"O escândalo do mensalão e o da cueca milionária parecerão mero conto de fadas aos olhos da opinião pública", diz ela.
Para a liberação de dinheiro de contas públicas, os bancos exigem normalmente duas assinaturas.
No caso de Mauá, os saques efetuados entre abril de 2003 e março de 2004 dependeram apenas da assinatura de Valdirene. A ex-secretária alega desconhecer o destino dado ao dinheiro supostamente sacado pelo partido.
Em nota assinada por Valdirene e por seu advogado, Laércio José Loureiro dos Santos, a ex-secretária acusou o partido de "práticas abomináveis" e "enojantes" e, diante da suposta tentativa de incriminá-la pelo desaparecimento dos R$ 230 mil.
Valdirene prometeu levar as acusações que foram feitas contra ela ao Ministério Público.
A atual prefeitura da cidade, que, desde 1º de janeiro deste ano, vem sendo administrada pelo presidente da Câmara, Diniz Lopes (PL), abriu uma sindicância para apurar o uso do dinheiro.
Lopes é adversário petista.
O ex-prefeito disse que não autorizou saques da conta do governo e afirmou que, se algo irregular for constatado, irá se defender judicialmente.

Propina
O primeiro secretário a denunciar a gestão petista da Mauá foi Altivo Ovando Júnior, que comandava a pasta da Habitação. Em fevereiro deste ano, Ovando Jr. narrou ao Ministério Público ter presenciado e participado da cobrança ilegal de propina de uma empresa da cidade.
O dinheiro, disse ele à Promotoria, seria destinado a campanhas políticas do PT.
O partido nega as acusações de cobrança de propina e ressalta que Ovando Jr. é inimigo do partido na cidade. O caso está sob investigação.


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