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Yeda acusa Tarso de sabotar seu governo
Governadora afirma que "PF tem atuado de maneira muito estranha'; ministro nega viés partidário nas investigações
Tucana diz que "campanha eleitoral começou antes da hora" no Estado; petista afirma que PF não investiga pessoas, mas sim fatos
FLÁVIO ILHA
COLABORAÇÃO PARA A AGÊNCIA FOLHA,
EM PORTO ALEGRE
ESTELITA HASS CARAZZAI
DA AGÊNCIA FOLHA
A governadora do Rio Grande do Sul, Yeda Crusius
(PSDB), disse ontem que há
uma "tentativa de golpe" contra seu governo. Numa série de
entrevistas para emissoras de
TV e de rádio, ela acusou o ministro Tarso Genro, da Justiça,
de estar por trás das denúncias
contra sua administração.
Tarso é pré-candidato do PT
ao governo gaúcho em 2010. Na
última pesquisa Datafolha, em
maio, Tarso lidera com índices
que vão de 34% a 40% das intenções de voto, enquanto Yeda aparece com apenas 7%. Os
pré-candidatos do PMDB aparecem à frente da governadora.
"Você está vendo perfeitamente que a campanha eleitoral começou antes da hora",
disse a governadora tucana, em
entrevista à TV Record.
"Você vê que há um ministro
gaúcho candidato, e que estão
antecipando ações nas suas
áreas que impedem, reduzem
ou dão mais trabalho para a governadora e seu governo fazerem coisas boas para o Rio
Grande", declarou Yeda.
As denúncias contra Yeda se
arrastam desde o início da Operação Rodin, da Polícia Federal,
em novembro de 2007, que investiga supostas fraudes no Detran gaúcho. Desde então, a
oposição e ex-aliados do governo têm feito inúmeras denúncias de corrupção contra a administração gaúcha.
Nas entrevistas concedidas
ontem, Yeda criticou a atuação
da Polícia Federal, que está sob
o comando do ministro da Justiça. "A PF tem atuado de maneira muito estranha. A Operação Rodin [que apura fraudes
no Detran gaúcho] tem dois
anos e não chegou a nenhuma
conclusão. Diariamente se abre
mais uma investigação. E não
acaba nunca", disse, em entrevista à Rádio Gaúcha.
Outro lado
Em nota, Tarso Genro negou
que a Polícia Federal esteja
atuando politicamente. Segundo o ministro, a PF tem feito
"um trabalho sereno e imparcial", e "jamais assume posição
[...] nos debates entre partidos
ou personalidades políticas".
Tarso afirmou que a PF não
investiga pessoas, e sim "fatos
supostamente delituosos". Na
nota, ele disse ainda que o Ministério da Justiça continuará a
agir "sem qualquer preocupação com o vínculo ideológico ou
partidário dos governantes".
Tarso Genro disputa com outros dois nomes a indicação do
PT para disputar o governo
gaúcho -há ainda a possibilidade de o partido não lançar
candidato no Estado, em benefício de uma aliança de caráter
nacional. Na última pesquisa
Datafolha, Tarso liderava as intenções de voto no Estado.
A filha do ministro e deputada federal pelo PSOL, Luciana
Genro, também apontada por
integrantes do governo gaúcho
como parte da "conspiração"
contra Yeda, disse ontem que
nunca recebeu informações
privilegiadas do pai.
Em fevereiro, integrantes do
PSOL gaúcho -entre eles, Luciana Genro- reuniram a imprensa para relatar que haviam
tido acesso a gravações que
comprometiam representantes do governo de Yeda em denúncias de corrupção.
"Não interessa ao PT fortalecer o PSOL. Se ele [Tarso Genro] fosse dar informações privilegiadas a alguém, daria ao PT",
declarou Luciana. O PSOL lançou a pré-candidatura do vereador Pedro Ruas, de Porto
Alegre, ao governo do Estado.
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