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IGREJA
D. Eusébio diz que atualizar Evangelho é prioridade
Novo arcebispo do Rio propõe politização e critica "showmissa"
DA SUCURSAL DO RIO
O novo arcebispo do Rio, dom
Eusébio Oscar Scheid, afirmou
ontem que "igreja cheia não é o
sintoma número um de uma Igreja viva, mais participativa". Ele fez
a declaração ao ser questionado
sobre o suposto esvaziamento das
missas católicas na arquidiocese.
Dom Eusébio, 68, ex-arcebispo
de Florianópolis, foi indicado mês
passado pelo papa João Paulo 2º
para o lugar de dom Eugenio Sales, 80, há 30 anos à frente da Arquidiocese do Rio. Ele toma posse
no final de setembro e ontem fez
sua primeira visita ao Rio depois
da nomeação.
Para o arcebispo, a igreja, quando está vazia, precisa reavaliar elementos que atraem o público, como o horário, temas e a forma como é celebrada a missa. "A coloração do Evangelho para os tempos atuais é o nosso desafio."
Sem criticar diretamente o movimento carismático, o novo arcebispo não se mostrou adepto
das missas-espetáculos: "Não é o
show que faz o jovem entrar na
igreja, é o conteúdo". Dom Eusébio disse que criará nas igrejas escolas de formação política -sem
viés partidário, mas ligadas a noções de cidadania.
Sobre o futuro relacionamento
com o governador Anthony Garotinho (PSB), que é evangélico,
dom Eusébio ponderou: "Na administração pública, a religião
não deve ser preponderante".
Quanto à corrupção, o arcebispo afirmou que é um problema de
base: "Os brasileiros nasceram
sem o senso do bem comum. A
corrupção pública é um atentado
direto ao outro e isso a Igreja denuncia porque é preciso ter gerações que comecem a pensar politicamente".
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