São Paulo, terça-feira, 14 de agosto de 2001

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

IGREJA

D. Eusébio diz que atualizar Evangelho é prioridade

Novo arcebispo do Rio propõe politização e critica "showmissa"

DA SUCURSAL DO RIO

O novo arcebispo do Rio, dom Eusébio Oscar Scheid, afirmou ontem que "igreja cheia não é o sintoma número um de uma Igreja viva, mais participativa". Ele fez a declaração ao ser questionado sobre o suposto esvaziamento das missas católicas na arquidiocese.
Dom Eusébio, 68, ex-arcebispo de Florianópolis, foi indicado mês passado pelo papa João Paulo 2º para o lugar de dom Eugenio Sales, 80, há 30 anos à frente da Arquidiocese do Rio. Ele toma posse no final de setembro e ontem fez sua primeira visita ao Rio depois da nomeação.
Para o arcebispo, a igreja, quando está vazia, precisa reavaliar elementos que atraem o público, como o horário, temas e a forma como é celebrada a missa. "A coloração do Evangelho para os tempos atuais é o nosso desafio."
Sem criticar diretamente o movimento carismático, o novo arcebispo não se mostrou adepto das missas-espetáculos: "Não é o show que faz o jovem entrar na igreja, é o conteúdo". Dom Eusébio disse que criará nas igrejas escolas de formação política -sem viés partidário, mas ligadas a noções de cidadania.
Sobre o futuro relacionamento com o governador Anthony Garotinho (PSB), que é evangélico, dom Eusébio ponderou: "Na administração pública, a religião não deve ser preponderante".
Quanto à corrupção, o arcebispo afirmou que é um problema de base: "Os brasileiros nasceram sem o senso do bem comum. A corrupção pública é um atentado direto ao outro e isso a Igreja denuncia porque é preciso ter gerações que comecem a pensar politicamente".



Texto Anterior: Pesquisa: Igreja e jornais são as instituições nas quais a população mais confia
Próximo Texto: Crise no Espírito Santo: Processo de cassação de Ignácio é aprovado
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.