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Câmara vai votar trem da alegria para servidores
Emenda efetiva funcionário público não-concursado
RANIER BRAGON
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O presidente da Câmara dos
Deputados, Arlindo Chinaglia
(PT-SP), disse que a Casa vai
votar projeto de emenda à
Constituição que pode se transformar em um enorme trem da
alegria no serviço público, resultando, entre outras coisas,
na efetivação de centenas de
milhares de pessoas que nunca
prestaram concurso.
O projeto, de 1999, assinado
pelo ex-deputado Celso Giglio
(SP), dá estabilidade a cerca de
60 mil funcionários contratados sem concurso entre 1983 e
1988, quando a Constituição
estabeleceu que o ingresso no
serviço público "depende de
aprovação em concurso".
Além disso, há emendas ao
texto que determinam a efetivação de funcionários hoje contratados para serviços temporários nos Estados, municípios
e no âmbito federal. Técnicos
da Câmara calculam que eles
sejam em torno de 200 mil só
no serviço público federal.
Há ainda lobby para que seja
incluída na proposta, de carona, outra proposta de emenda à
Constituição, baseada em projeto do deputado Gonzaga Patriota (PSB-PE), que permite
uma forma facilitada de ingresso em cobiçados postos da administração pública.
Funciona assim: uma pessoa
que fez concurso público para
uma prefeitura de interior, caso
seja requisitada para trabalhar
na Câmara dos Deputados, por
exemplo, pode pedir a efetivação como funcionária da Câmara. Hoje, há casos de deputados
que levam para seus gabinetes,
como requisitados, parentes e
amigos que prestaram concurso nos seus municípios.
"Na medida em que todos os
líderes assinaram requerimento para inclusão [do projeto] na
pauta, pode ser colocado para
votação o mérito ou não. Faço
apenas a minha parte, mesmo
tendo a exata dimensão de que
o conteúdo é, no mínimo, polêmico", afirmou Chinaglia.
Ele ressaltou que todos os líderes partidários foram favoráveis à inclusão do projeto em
votação -ainda sem data definida para ocorrer- e que cabe a
ele apenas cumprir o papel de
pautar projetos definidos pelos
líderes. "O problema é que a
Câmara não pode ficar o tempo
todo sem deliberar. Eles [os defensores da proposta] estão nos
corredores há três, quatro anos.
Isso é até desumano", disse.
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