São Paulo, sexta, 14 de agosto de 1998

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Tradução não traz a ameaça

da Sucursal de Brasília

Além de uma cópia da carta do Departamento de Comércio dos EUA, a Folha obteve também uma cópia da tradução informal produzida pelo governo brasileiro.
Há vários erros na tradução para o português, tais como a supressão de frases e a inclusão de expressões inexistentes no original.
A ameaça, por exemplo, foi suprimida. Aaron é econômico nas palavras. Escreve tudo em apenas três parágrafos. Em português, há cinco parágrafos.
Aaron termina sua carta com uma frase seca: "Eu espero que este assunto tenha uma solução satisfatória. Sinceramente, David Aaron".
Traduzida para o português, a frase de Aaron apareceu assim: "Na oportunidade, reitero os meus agradecimentos pelo apoio de Vossa Excelência e renovo os protestos da mais alta estima e elevada consideração. Respeitosamente, David Aaron".
A Folha não conseguiu descobrir quem fez a tradução. Nem se foi deliberada a modificação.
Posição do governo
Integrantes do governo federal evitaram fazer comentários ao saber que a Folha tinha obtido uma cópia da carta dos EUA sobre a compra da PF sem licitação.
O ministro da Justiça, Renan Calheiros, apenas disse que o assunto estava entregue ao TCU (Tribunal de Contas da União). Seu antecessor, o senador Iris Rezende (PMDB-GO), disse que apenas obedeceu ordens do Planalto ao autorizar a PF a fechar os contratos com a França.
No Palácio do Planalto, a Folha procurou a Casa Civil, a Casa Militar e a assessoria do presidente Fernando Henrique Cardoso. Assessores de todas essas áreas disseram desconhecer o caso ou preferiram não comentá-lo. A PF disse desconhecer o assunto. (FR)



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