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SUCESSÃO
Coordenador de finanças estima que arrecadação vai atingir R$ 60 milhões e não os R$ 73 milhões previstos
Comitê de FHC movimenta R$ 1 mi/dia
da Sucursal de Brasília
A campanha do presidente Fernando Henrique Cardoso tem
movimentado diariamente cerca
de R$ 1 milhão, informou ontem
Egydio Bianchi, coordenador de
finanças e informática do comitê
central.
A movimentação financeira
-até agora um dos maiores segredos da campanha- foi revelada quando Bianchi explicava as
tentativas de desfalque na conta
bancária do comitê eleitoral, que
teriam somado R$ 1,225 milhão
entre os dias 7 e 10 deste mês.
O Banco do Brasil, onde a conta
é movimentada, impediu a tempo
duas das três tentativas de fraude
e, segundo o comitê de FHC, poderá assumir um prejuízo de aproximadamente R$ 40 mil.
Esses R$ 40 mil fariam parte de
uma operação de transferência
eletrônica no total de R$ 400 mil
para a agência do banco em Osasco (SP) que não havia sido confirmada pelo comando da campanha. Segundo o comitê, houve efetivamente o desvio desses R$ 40.
A assessoria do BB informou ontem que está investigando o desvio
da conta de FHC e tentando recuperar integralmente o valor, recomposto no saldo da campanha.
Bianchi comparou o episódio da
tentativa bem sucedida de fraude
ao pagamento de um cheque sem
assinatura. Embora a maioria das
despesas do comitê se dê por via
eletrônica, elas dependem de confirmação por escrito. "O comitê
não foi lesado", insistiu.
R$ 60 milhões
A campanha de FHC e seu vice,
Marco Maciel, registrou no Tribunal Superior Eleitoral a maior previsão de gastos da eleição de 1998
ÄR$ 73 milhões. Ontem, Bianchi
disse que a estimativa foi exagerada e calculou que a arrecadação
deverá atingir R$ 60 milhões.
O coordenador financeiro não
revelou detalhes sobre a movimentação financeira porque isso
seria uma "informação estratégica". Mas observou: "A movimentação de R$ 1 milhão por dia não é
nada de irrazoável (sic)".
Ainda de acordo com Bianchi, a
campanha de FHC arrecadou
"muito menos do que gostaria"
até agora. O comando da campanha tem optado por não atrasar o
pagamento de material e de serviços, informou. Por isso, o dinheiro não fica parado na conta. "Não
dormimos com R$ 1 milhão na
conta", contabilizou.
Assunto de várias reuniões durante o dia, as tentativas de fraude
tiveram como consequência um
controle ainda maior da conta da
campanha, movimentada na
agência do Banco do Brasil no Senado. "O comitê já toma cuidados, mas vamos criar dificuldades
para quem quer ter facilidades às
nossas custas", disse Bianchi.
O coordenador de finanças descartou motivações políticas nas
tentativas de fraude, apesar de as
investigações feitas pelo 30º Distrito Policial de São Paulo (Tatuapé) terem apontado indícios de ramificações da quadrilha em Brasília. Quatro pessoas foram presas.
A fraude teria sido descoberta
quando uma dessas pessoas tentou sacar R$ 500 mil de uma conta
na agência do BB no Tatuapé, que
recebera uma transferência da
conta de FHC. O funcionário do
banco desconfiou do pedido de
saque e acionou a agência em Brasília. Depois disso, houve uma terceira tentativa de desvio na conta
do comitê, no valor de R$ 325 mil.
Ao final da campanha eleitoral,
FHC terá de informar ao TSE todas as doações que recebeu, assim
como os pagamentos feitos. Na
campanha de 1994, o comitê do
candidato declarou ter arrecadado
R$ 33,6 milhões.
(MARTA SALOMON
e LUIZA DAMÉ)
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